Após a histórica votação no Reino Unido sobre a retirada do país da União Europeia (Brexit), os preços petróleo caíram. Enquanto o barril de petróleo Brent caiu 4%, o barril de WTI ficou 4,2% mais barato, ambos ficando abaixo da importante marca psicológica de 50 USD. Mesmo com a melhora do humor nos mercados mundiais, a qual possibilitou uma sensível alta nos preços de hidrocarboneto, em um prazo dilatado o crescimento dos preços estará mais contido.
Atualmente, as previsões dos principais bancos de investimento vêm apresentando dados otimistas sobre as consequências de longo prazo que o Brexit causará sobre o mercado de commodities, particularmente petróleo. Analistas do Goldman Sachs afirmaram recentemente que, se o PIB do Reino Unido cair 2% ao longo do ano seguinte a sua retirada da UE, o consumo de petróleo pelo país pode cair 1%, ou 16 milhões de barris, segundo dados apresentados pelo Banco da Inglaterra. Em termos globais, isto corresponde a uma redução na demanda internacional de petróleo de apenas 0,016%. Dessa forma, Brexit na verdade não causará um impacto significativo na demanda mundial de petróleo, por conseguinte no preço da commoditie.
No entanto, em nossa opinião, os principais “drives” da demanda mundial de petróleo em 2016 e 2017 partirão da economia dos países asiáticos e não do Reino Unido. Estas correlações entre Brexit e a demanda de petróleo parece-nos muito exageradas. Cremos que a saída da Inglaterra da UE será capaz de causar maiores danos à própria união em vez de no Reino Unido, e mesmo assim apenas à custa de países economicamente mais fracos. Alemanha atualmente demonstra recuperação econômica no mesmo ritmodo Reino Unido, e o crescimento da economia do país é o responsável pelo consumo máximo de petróleo e gás na União Europeia.
Estes riscos que pairam sobre a economia da UE podem causar o fortalecimento do dólar em relação às moedas estrangeiras. O fortalecimento da moeda americana, embora o fato de poder causar um impacto de curto prazo sobre o declínio dos preços do petróleo, vem servindo aos traders de motivo para a compra da moeda como ativo financeiro mais confiável. Todavia cremos que esta reputação é puramente psicológica.
Num futuro próximo, a questão do aumento das taxas de juros nos EUA poderá ser adiada, uma vez quea queda do euro e da libra em relação ao dólar contribui para a competitividade dos produtos europeus. Assim, um reforço significativo do dólar no futuro próximo parece cada vez mais improvável. O petróleo, dessa forma deverá retomar sua tendência ascendente. Nossa previsão para o futuro próximo é 48,5 USD - 50,5 USD por barril de Brent.