👀 Não perca! As ações MAIS baratas para investir agoraVeja as ações baratas

O Que Ocorre com o Preço do Dólar Frente ao Real Vulnerável?

Publicado 15.07.2015, 08:02
USD/BRL
-

Já há quem diga que tem uma influência estranha na formação do preço da moeda americana no mercado de câmbio brasileiro, seja porque ocorrem intensamente transações de “daytrade” no ambiente da BM&F onde operam predominantemente os bancos, seja por interferência realizada com discrição por parte do BC focando a limitação da expansão com foco na inflação que está forte, seja em razão de ambos os fatores.

O real unanimemente é considerado uma das moedas, senão a mais, vulneráveis no cenário global atualmente, e reconhecidamente sobrevalorizada frente ao dólar, com uma infinidade de fatores que sugere seja fortemente depreciada para alinhar-se com a sua efetiva realidade.

O país tem, novamente, em perspectiva para o fechamento deste ano um expressivo déficit em transações correntes, o que por si só já é um forte motivo indutor a depreciação do real frente ao dólar americano. A forte depreciação dos preços das commodities sugere sempre preço do real depreciado, ainda que não seja na mesma proporção da queda dos preços, mas que seja suficiente para prover os produtores com remuneração minimamente necessária e promover receitas em moedas estrangeiras para ancorar, ainda que parcialmente, o déficit em transações correntes e os impactos da insuficiência de financiamento externo.

Para piorar, o Brasil se fez extremamente dependente da China para exportação de suas commodities e esta atravessa um momento conturbado, onde nem sempre é verdadeiro tudo que é dito já que os dados nem sempre são confiáveis.

Não bastasse isto, o Brasil tem sérios problemas de natureza macro que o tornam pouco ou nada atraente aos investidores estrangeiros, tais como inflação alta e resistente, alta taxa de juro, desemprego com viés de fortalecimento provocando queda da renda e do consumo, excesso de tributação e aumento de preços dos serviços administrados em proporções inimagináveis, que provocam o desinteresse por parte dos investidores, até mesmo dos especulativos, já que com o preço da moeda americana apresentando um “gap” perigoso de ajuste provoca o agravamento do risco cambial, que coloca em risco a efetividade do ganho obtido quando os capitais deixarem o país, visto que se fizerem “hedge” as operações ficam mais inviáveis.

Convive com um risco relevante presente e que pode causar grande impacto nos fluxos cambiais, qual seja o de não alcançar o superávit primário de 1,2% a que o governo se comprometeu e sobre o qual as agências de rating estão focadas. Os riscos macro pressionam para baixo os ratings dos emergentes, destacou a agência Fitch, mas o fracasso ante a meta do superávit primário pode determinar a perda do grau de investimento pelo país e provocar um volume de saídas de recursos expressivo, até porque grandes fundos estrangeiros não podem ter aplicações em países “não grau de investimento”.

Os receios em torno de mudança do juro nos Estados Unidos tendem à fragilização, visto que a ocorrência deste fato neste ano iria contra os interesses da economia americana, mas é utilizada para forjar volatilidade e movimentos nos preços desconexos.

O governo está até quebrando dogmas mantidos desde muito como definição de regras para o repatriamento de dinheiro retirado do país ilegalmente, submetendo-os a tributação com a finalidade prioritária arrecadatória. Entendemos que é uma medida que precisava ser mais bem pensada porque envolve além da tributação com fins arrecadatórios, aspectos jurídicos não bem definidos já que o ato antecedente envolveu lavagem de dinheiro que é um crime e não se conhece a posição do judiciário a respeito. Todavia, o momento é bastante constrangedor para os repatriamentos, tendo em vista as investigações em torno do Lava Jato, que certamente provocarão o retardamento de decisões a respeito, inviabilizando a perspectiva de arrecadação estimada pelo governo.

Há muito a ser reconstruído na economia brasileira levada à deterioração, e como disse o experiente gestor de recursos no mercado financeiro, Luis Stuhlberger, o ajuste da moeda (o real) está longe do fim, sendo um erro acreditar no contrário, e, um segundo equivoco é acreditar que um bom Ministro da Fazenda coloca o país no caminho do crescimento.

Isto quer dizer no nosso entendimento que a coesão em busca do crescimento envolve muito mais, e, naturalmente, este muito mais está quase inviável no momento que coloca a perspectiva de que a situação piorará muito mais antes dos sinais iniciais de melhora.

No momento está sendo construída “uma colcha de retalhos” com o foco imediato de atingir o superávit primário, mas certamente há muito para ser feito para que se consiga no longo prazo reverter este ambiente de baixa credibilidade no governo.

A economia já deu evidências contundentes de que não tem condições de responder com aumento de arrecadação, por isso caminha para a recessão com perda de atividade, e com isto acaba por provocar todos os danos como desemprego, perda de renda e fragilização do consumo, arrecadando menos e desanimada para investir e exportar.

Os fluxos cambiais tendem ao negativo neste segundo semestre. Investimentos produtivos ou não devem ser cadentes mesmo com o juro elevado e a as ações apresentam forte artificialismo nos preços, não refletindo o “status quo” da economia.

Com a economia em estado de crescente deterioração fazendo o país nada atrativo e com os fatores macros indicando possibilidade de superação somente no longo prazo, não há como entender o preço da moeda americana sendo depreciada no nosso mercado de câmbio, mesmo quando está se apreciando contra a cesta de moedas no exterior.

É estranho este comportamento, ensejando que surja a ilação de que possa haver fatores pouco claros influenciando o comportamento da formação do preço da moeda americana, não ancoradas em fundamentos.

No nosso ponto de vista o preço deveria estar em torno de R$ 3,20 com evidente tendência de atingir R$ 3,40 ao final do ano, com risco de piora se o país perder o grau de investimento.

Últimos comentários

Carregando o próximo artigo...
Instale nossos aplicativos
Divulgação de riscos: Negociar instrumentos financeiros e/ou criptomoedas envolve riscos elevados, inclusive o risco de perder parte ou todo o valor do investimento, e pode não ser algo indicado e apropriado a todos os investidores. Os preços das criptomoedas são extremamente voláteis e podem ser afetados por fatores externos, como eventos financeiros, regulatórios ou políticos. Negociar com margem aumenta os riscos financeiros.
Antes de decidir operar e negociar instrumentos financeiros ou criptomoedas, você deve se informar completamente sobre os riscos e custos associados a operações e negociações nos mercados financeiros, considerar cuidadosamente seus objetivos de investimento, nível de experiência e apetite de risco; além disso, recomenda-se procurar orientação e conselhos profissionais quando necessário.
A Fusion Media gostaria de lembrar que os dados contidos nesse site não são necessariamente precisos ou atualizados em tempo real. Os dados e preços disponíveis no site não são necessariamente fornecidos por qualquer mercado ou bolsa de valores, mas sim por market makers e, por isso, os preços podem não ser exatos e podem diferir dos preços reais em qualquer mercado, o que significa que são inapropriados para fins de uso em negociações e operações financeiras. A Fusion Media e quaisquer outros colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo não são responsáveis por quaisquer perdas e danos financeiros ou em negociações sofridas como resultado da utilização das informações contidas nesse site.
É proibido utilizar, armazenar, reproduzir, exibir, modificar, transmitir ou distribuir os dados contidos nesse site sem permissão explícita prévia por escrito da Fusion Media e/ou de colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo. Todos os direitos de propriedade intelectual são reservados aos colaboradores/partes fornecedoras de conteúdo e/ou bolsas de valores que fornecem os dados contidos nesse site.
A Fusion Media pode ser compensada pelos anunciantes que aparecem no site com base na interação dos usuários do site com os anúncios publicitários ou entidades anunciantes.
A versão em inglês deste acordo é a versão principal, a qual prevalece sempre que houver alguma discrepância entre a versão em inglês e a versão em português.
© 2007-2024 - Fusion Media Limited. Todos os direitos reservados.