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O Que Explica a Popularização das Criptomoedas em Todo o Mundo?

Publicado 18.07.2021, 10:05
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Ao longo dos primeiros meses de 2021, a dogecoin, uma criptomoeda que nasceu como brincadeira a partir do meme de um cachorro da raça shiba inu, obteve valorização de 14.000% apenas neste ano. O objetivo aqui não é discutir se esse ativo é viável, ou não, para investimento, mas exemplificar como as moedas digitais realmente estão no topo das tendências do mercado financeiro em 2021. Elas passaram a ser vistas como uma opção interessante para empresas, consumidores e investidores graças, sobretudo, ao volume cada vez maior que movimentam e à adoção delas em projetos na “economia do mundo real” – isto é, sendo utilizadas pelas pessoas em seu dia a dia.

Esqueça as polêmicas que cercavam as criptomoedas há alguns anos. Hoje, o nicho começa a ganhar corpo, passando a ser reconhecido mais como uma solução ao mercado financeiro do que como algo que vai quebrar a economia. Quer exemplos? Uma pesquisa realizada pela Digital New York (NYDIG) mostra que 46 milhões de norte-americanos possuem bitcoin como investimento – isso representa 17% da população adulta dos Estados Unidos. Já um estudo global feito pela Mastercard indica que quatro em cada dez consumidores desejam utilizar criptomoedas em suas compras a partir de 2022 – o indicador é ainda maior se levar em consideração apenas os millennials (nascidos entre as décadas de 80 e 90).

Mas por que as moedas digitais passaram de problema a solução em um pequeno espaço de tempo? Muitos se lembram do burburinho no mercado de pagamentos quando o bitcoin foi lançado, em 2008. A descentralização e até mesmo o fato de cibercriminosos solicitarem pagamentos em bitcoins para devolverem dados roubados faziam com que investidores enxergassem esse mercado com desconfiança. Mas o receio deu lugar a confiança graças à maior compreensão em torno do blockchain, tecnologia que dá sustentação aos principais criptoativos do mundo. Elas são seguras, ágeis e transparentes – principais qualidades que uma transação financeira precisa ter.

Além da imagem mais positiva, outros dois fatores explicam a maior adesão das empresas e consumidores a esse universo. O primeiro deles, evidentemente, é a valorização intensa dos principais ativos digitais nos últimos anos. Em 2009, por exemplo, o bitcoin valia US$ 0,34. Em 2020, chegou a superar US$ 29 mil – e já está na casa dos US$ 50 mil em 2021. É muito dinheiro para ser ignorado por investidores e empresas.

Como consequência, surge o terceiro ponto que explica a popularização das criptomoedas: a criação de projetos diretos e indiretos que envolvem moedas digitais e tokens em seus processos. Além de atuarem perfeitamente como dinheiro em relações de compra e venda, esses ativos podem incorporar outras funcionalidades, como facilitar o engajamento das marcas com seu público em campanhas de marketing.

Com a mudança de status, observa-se um movimento de democratização e maior acesso às moedas digitais – afinal, como todo dinheiro, elas precisam circular. Há cada vez mais espaço em diferentes setores: do varejo aos grandes investimentos, as moedas digitais estão presentes, seja com as criptomoedas (como o bitcoin) ou os tokens (de segurança ou de utilidade). Dessa forma, seu uso passa a acontecer de forma natural e transparente. As pessoas não irão utilizar essas opções porque são moda, mas porque são seguras – o que consequentemente amplia ainda mais a sua participação e aceitação.

Se o futuro é cada vez mais digital, como a pandemia de covid-19 está mostrando a todos, por que o dinheiro não seguiria o mesmo caminho? As criptomoedas surgiram para resolver alguns dos principais problemas relacionados às transações financeiras digitais, como a segurança das informações e a transparência das movimentações. Com tantas vantagens, era natural que o conceito caísse, pouco a pouco, no gosto de empresas, consumidores e investidores. O próximo passo é incluir essas moedas digitais no dia a dia das pessoas. Não vai demorar para comprar aquele cafezinho na padaria com seus tokens ou criptos.

*Cássio Rosas é diretor de contas Enterprise e Estratégia da Wiboo, plataforma com utility token que promove um programa de fidelização entre varejistas e consumidores por meio de moedas digitais – e-mail: wiboo@nbpress.com

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