O que um Big Mac pode nos dizer sobre as taxas de câmbio ? Acontece que, bastante. O Índice Big Mac, no qual criado pela The Economist em 1986, começou como uma ferramenta simples para tornar a teoria da moeda mais compreensível. Hoje, é uma medida amplamente conhecida na economia popular para avaliar e comparar a valorização das moedas.
Em resumo, o Índice Big Mac compara a paridade do poder de compra (PPP) das moedas usando o preço de um Big Mac nos Estados Unidos como referência. Ele mostra quanto custa um Big Mac em vários países em comparação com os EUA, mas também funciona como uma maneira de avaliar as taxas de câmbio.
Neste gráfico, visualizamos o preço de um Big Mac do McDonald's (NYSE:MCD) em dólares americanos entre 13 países ao redor do mundo, a zona do euro e os Estados Unidos, usando os dados mais recentes de janeiro de 2024 do conjunto de dados do Índice Big Mac da The Economist.
Fonte: The Economist & Visual Capitalist
Calculando o Índice Big Mac para Avaliar Moedas
Pode-se usar o preço dos Big Macs em outros países para ver se uma moeda tem mais ou menos poder de compra do que o esperado. Isso é feito tomando o preço local de um Big Mac (na moeda local) e dividindo-o pelo preço de um Big Mac nos EUA para calcular uma taxa de câmbio implícita.
Essa taxa de câmbio implícita é então comparada com a taxa de câmbio real entre as duas moedas; se a taxa implícita for maior do que a taxa real, a moeda local está “sobrevalorizada”, e se for menor, a moeda local está “subvalorizada”.
Vale notar que essa medida é relativamente simplista e não leva em consideração alguns fatores como impostos, custos de produção local e barreiras de mercado.
O Índice Big Mac
Países europeus como Suíça, Noruega e aqueles da zona do euro tendem a ter Big Macs mais caros do que nos Estados Unidos. Isso indica que essas moedas europeias podem estar sobrevalorizadas em relação ao dólar americano.
Por outro lado, várias grandes economias da Ásia Oriental, incluindo Taiwan, Japão, China e Coreia do Sul, têm moedas substancialmente subvalorizadas em relação ao dólar americano, de acordo com o Índice Big Mac.
Em abril, o Bank of America (NYSE:BAC) declarou que não estava otimista "em nenhuma moeda na Ásia" e mencionou o yuan chinês, o won sul-coreano e o dólar taiwanês em sua categoria pessimista. Em junho, o iene japonês atingiu uma baixa de 38 anos em relação ao dólar.
Preços do Big Mac ao Redor do Mundo
De acordo com os dados mais recentes, a Suíça possui os Big Macs mais caros do mundo, custando $8.17 USD, que é 44% mais caro que o preço de um Big Mac nos Estados Unidos. Usando o Índice Big Mac, isso sugere que o franco suíço está 44% sobrevalorizado em relação ao dólar americano.
Aqui está uma tabela comparando os preços do Big Mac em dólares americanos em vários países:
Fonte: The Economist
Assim ao analisarmos o Índice Big Mac, podemos obter insights interessantes sobre a valorização e desvalorização das moedas ao redor do mundo. No caso do Brasil, o preço de um Big Mac é $4.81 USD, o que indica que o real brasileiro está subvalorizado em cerca de 15.45% em relação ao dólar americano.
Para o mercado local, isso significa que os produtos e serviços no Brasil são relativamente mais baratos em comparação com os Estados Unidos, o que pode atrair turistas e investidores estrangeiros em busca de um maior poder de compra. No entanto, uma moeda subvalorizada também pode refletir desafios econômicos internos, como inflação elevada ou instabilidade econômica.
Os consumidores brasileiros podem sentir esse impacto na importação de bens, que se tornam mais caros devido à desvalorização da moeda local. Para os exportadores, por outro lado, um real mais fraco pode tornar os produtos brasileiros mais competitivos no mercado internacional.
O Índice Big Mac oferece uma maneira simples e divertida de entender a complexa dinâmica das taxas de câmbio globais e seu impacto nas economias locais. Para os investidores e economistas, é uma ferramenta adicional para avaliar o mercado e tomar decisões informadas.