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O Nirvana da Poupança

Publicado 28.06.2020, 18:38

É intrigante sentar-se em uma cadeira, e, logo, abrir o caderno de finanças do Valor, e dar de cara com a seguinte matéria: “Na Crise, poupança atrai volume recorde”. Segue o link.


Basicamente, considero essa afirmação incongruente, porque já foi constatado que novos arenques tem mergulhado no mar da renda variável só nos últimos tempos, e, não é novidade dizer, que nós, investidores, temos a ânsia de selecionar o melhor instrumento financeiro que garanta uma rentabilidade que faça jus ao custo de oportunidade empregado, dependendo, é claro, do nosso perfil de investir.

É olhamos a manchete e descobrimos que a poupança acaba se tornando o centro das atenções. O que me levou a essa questão central a escrever essa problematização dessa matéria de jornal, que conforme a leitura, nos remete a indagações sobre o aspecto da poupança, das suas infladas captações apresentadas pelo Banco Central, como também o pedestal em que ela se situa para os brasileiros de todas as matrizes socioeconômicas.

Houve um acentuado recorde de captação liquida, mas, não condiz com a realidade, caso contrário, não haveria desigualdade no nosso país, e fazendo um paralelo com Kurt Cobain em “Come As You Are”, a sua definição não soa nada de diferente quando se é abordado sobre esse singelo modelo de aplicação.

A Poupança vem sendo apreciada da forma como ela é, como ele sempre foi, e como queremos que ele seja. Como reserva de emergência, como aplicação de curto prazo de liquidez rápida, e como velho inimigo da rentabilidade.

Na edição do dia 04/06/2020, no site de informações Agência Brasil, diz que até 2014, os brasileiros depositavam mais do que retiravam da poupança. Naquele ano, as captações líquidas chegaram a R$ 24 bilhões. Com o início da recessão econômica, em 2015, os investidores passaram a retirar dinheiro da caderneta para cobrir dívidas, em um cenário de queda da renda e de aumento de desemprego.

Em 2015, R$ 53,57 bilhões foram sacados da poupança, a maior retirada líquida da história.

Em 2016, os saques superaram os depósitos em R$ 40,7 bilhões.

A tendência inverteu-se em 2017, quando as captações excederam as retiradas em R$ 17,12 bilhões.

E em 2018, com captação líquida de R$ 38,26 bilhões.

Em 2019, a poupança registrou captação líquida de R$ 13,327 bilhões.

Os dados são do Banco Central do Brasil.

A partir de maio de 2020 a captação liquida foi de R$ 37,20 bilhões, uma variação de 181.2% de tudo o que foi depositado em 2019 (R$ 13,327). Totalizando assim como resultado de depósitos de R$ 235,1 bilhões e retiradas de R$ 197,9 bilhões. Com o cenário atual de a Selic estar a 2,25% a.a, e no outro quadrante a poupança rendendo míseros 1,58% a.a.

Outros dados também extraídos do site da Infomoney,

Em maio, a poupança rendeu 0,22%, ante variação de 0,24% do CDI.

No ano, o rendimento da caderneta chega a 1,20% (ante 1,54% do CDI) e, em 12 meses, a 3,96%, enquanto o CDI tem variação de 4,92%.

Leve seu tempo, na Poupança ou se apresse, caso, opte por investimento indexado CDI (Choice is Yours/Don’t be late), se quer tomar isso como aplicação rentável.

Há quem enumere o medo dos pequenos investidores do segmento da renda variável ter retornado para a poupança, não é para menos, depois de sucessivos Circuit Breaker, houve uma mudança de comportamento por parte desses investidores que perderam o páreo, caiu na lama e tornou a poupança novamente como o seu santuário de investimento, como uma tendência momentânea, como uma amiga.

Vamos apresentar os fatos que inflou a captação da Poupança:

  1. Com o advento da pandemia, uma parcela das indenizações trabalhistas dos novos desempregados acabou sendo destinada a poupança.
  2. A injeção de recursos do governo para mais de 50 milhões de brasileiros, com intuito de promover liquidez para seus agentes, aqueles informais, aqueles desempregados, e aqueles que nunca trabalharam. E com benefício disponível em poupança digital, o acesso ao recurso obedecia a um “Timing” estipulado pela Caixa Econômica que leva entre 3 a 4 semanas para o grinning from ear to ear.
  3. O benefício emergencial de manutenção do emprego entra no mesmo molde da Poupança social
  4. Liquidação dos fundos de Renda Fixa e de DI na ordem de 120 bilhões. Com a redução da Selic, esses perderam bastante o seu custo de oportunidade em função da taxa de administração, ao passo, dos impostos. Houve uma desvalorização total diante desse cenário de juros baixos, e, como outro lado da moeda, a Poupança, desarmada ficou mais competitiva em relação ao fundo DI e Renda Fixa.

Condição Sine qua non para o massivo do estoque de poupança. O Ponto Nirvana!

Uma distorção que não traduz com a situação real dos agentes.

Como uma antiga memória, o Brasil não é conhecido como um país poupador. Essas captações apresentadas pelo Banco Central são informações distorcidas devido a forma ineficiente de transferência de renda que o nosso país adotou.

Não quer dizer, que a Poupança passou a ser o instrumento de renda fixa mais procurado. Esses resultados representam uma captação temporária, não altera em absoluto o comportamento do investidor, não importando o nível ou nicho socioeconômicos que ele representa.

A Educação financeira é o background para a evolução do pensamento do brasileiro em relação ao dinheiro. Não é a dificuldade da tecnologia que vai tornar os idosos, os jovens sem assistência, as donas de casa, os pais de família, os vendedores nesse vitalício regime da poupança como diz a matéria.

E o conhecimento, é a matemática, conciliado a um bom assessor de investimento e educador financeiro, inserido na área mais fragilizada, até a mais sofisticadas que possivelmente, pode emergir a mudança no cenário atual.

Se ainda o paradigma brasileiro for resistente a mudança, a tecnologia vai se encarregar de fazer a população sair da zona de conforto para se adaptar à nova realidade. Como ocorreu no Auxílio Emergencial, forçou-os a aprender a utilizar um sistema (não eficiente no início), adestrando-os no novo modus operandi da bancarização digital. Os Baby Boomers é o que diga!

Hoje temos o Ame, Pic Pay e em breve o Banco Central vai lançar o PIX, um novo instrumento de pagamento nesse mesmo molde. Os oligopólios das maquininhas já sinalizam a evolução, dependendo da velocidade da mudança e da aptidão intelectual da massa brasileira, posso dizer que a poupança pode perder espaço nos próximos anos. Para isso acontecer, precisamos reduzir os spreads bancários, transformar os agentes deficitários em poupadores conscientes, mudar a forma como o dinheiro é visto, desenhar um conjunto de metas que envolva empreendedorismo, o governo, por sua vez, possa melhorar a condição das empresas a investir não somete em maquinas, mas, em capital humano que se traduza em produtividade e salários melhores. Reformas Estruturais que reduza os gastos fiscais, e promova crescimento econômico.

Esse país precisa de um Projeto Non Nocere, advindo de uma grande miríade de soluções. Com tanta polarização partidária, desigualdade, corrupção, desalinhamento não adianta criar soluções melhores de renda, se tenho um arcabouço desajustado em todas as áreas.

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