O meu monitor (para cardíaco)

Publicado 06.02.2014, 06:50
FAZI
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O meu monitor (para cardíaco)

Confesso para vocês que este foi um dos M5M mais difíceis de começar dos últimos tempos (das últimas semanas). Cada vez que batia o olho no meu monitor as ações estavam pendendo para um lado diferente. Sobe-e-desce danado. A tal indefinição. A definição de volatilidade. Se ontem registramos o melhor pregão do ano por elementos técnicos, sem uma alteração de fundamentos para melhor (pelo contrário), hoje tentamos definir uma alta na base da expectativa. A expectativa de que a Bolsa está ficando barata demais. Está?

Quanto custa a Bolsa?

De acordo com as nossas contas, o Ibovespa negocia a 11x lucros, contra uma média histórica recente da ordem de 13x, e de outras referências na América Latina em torno de 12x. O problema é que a mera exposição do múltiplo não diz nada. O que impede uma ação cara de ficar ainda mais cara? Hein AmBev (AMBV3)? E uma ação barata de ficar cada vez mais barata? Hein Petrobras (PETR4)? Vale para uma e outra ação, vale para um conjunto de ações. A questão não é se está cara ou barata, mas se já é hora de comprar.

O risco de apagão (que já é)

No meio de uma coletiva convocada para minimizar o risco de apagão, eis que um apagão de 30 minutos em 11 estados brasileiros mostrou o verdadeiro problema - para além da retórica. A Operador Nacional do Sistema (ONS) defende que o apagão ocorreu por defeito em duas linhas de transmissão da interligação Norte-Sudeste, atingindo cidades no Norte, Centro Oeste, Sudeste e Sul, afetando 7% do consumo de energia no país. A declaração do Ministério de Minas e Energia de que não haverá apagão é vazia. A menos que ele saiba prever o fluxo de chuvas nas próximas semanas...

Ações para São Pedro


Não é de hoje que conversamos sobre a queda dos níveis dos reservatórios, do pouco espaço para manobra agora (que as térmicas já estão ligadas) e da disparada dos preços da energia no mercado à vista. Na verdade, desde novembro do ano passado que citamos Cemig (CMIG4) e Cesp (CESP6) como empresas beneficiadas neste cenário de escassez de chuvas. Na outra ponta, Sabesp (SBSP3) mostrou esta semana que está rezando (ou dançando) para São Pedro. A série das 10 ações que não têm medo de chuva conheceu a sua sexta participante hoje. Não é nenhuma das três mencionadas acima, longe disso. Pudera: a chuva delas é mais séria, depende de uma série de fatores, e não meramente do componente climático. É uma Tempestade.

Refinaria na marra

A notícia da vez é que o governo estuda alguma forma de garantia para a remuneração do capital aportado nas refinarias por investidores privados. Pedir dinheiro para a iniciativa privada poderia ser a alternativa para as refinarias, enfim, saírem do papel. Uma garantia de compra de combustíveis a preços internacionais poderia aliviar intermediação, fretes e impostos, e o dinheiro de fora poderia minimizar o risco de Petrobras colocar mais grana, mas não resolve a questão. Mas qual a percepção de risco para o capital privado entrar em uma sociedade que demanda investimento gigantesco sob um dos mais gritantes exemplos de ingerência política? E como seria equalizada a questão dos atrasos e enormes estouros de orçamento das obras até então?

Um passo à frente


Depois do beijo gay na novela, chegou a hora da Bolsa dar um passo à frente. Pressionada, a CVM edita hoje uma nova instrução que flexibiliza o regime de divulgação de informação sobre ato ou fato relevante das companhias abertas. Os famosos FRs poderão sair em sites, e não apenas em jornais de grande circulação. Levanto essa bandeira faz um bom tempo, bem como a da flexibilização no formato (ou periodicidade) da divulgação de ITRs, pelo menos para determinadas empresas. Pode ser dinheiro de pinga para uma AmBev da vida, mas as despesas com auditoria e divulgação pesam para companhias pequenas e médias – são mais um impeditivo para a listagem. Os próximos passos seriam a liberação do Facebook e Twitter para divulgações. Em um mundo ideal, os únicos fatos e atos verdadeiramente relevantes estarão todos no Tinder.



Para visualizar o artigo completo visite o site da Empiricus Research.

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