O mercado volta a se animar com a possibilidade de corte nos juros dos Estados Unidos em breve, após o Federal Reserve frustrar as expectativas dos investidores de queda da taxa ao longo do primeiro semestre deste ano. O início do ciclo em setembro é dado praticamente como certo, com Jerome Powell devendo sinalizar isso no fim deste mês.
O mercado não apenas acredita que o Fed vai baixar os juros neste trimestre, como também prevê novas quedas ainda em 2024. Depois de setembro, o Comitê do Fed tem outras duas reuniões (novembro e dezembro) e há quem espere cortes adicionais em ambos os encontros, totalizando três neste ano - ou ao menos mais um em algum deles.
Vale lembrar que na mais recente atualização, o Fed indica apenas um corte na taxa de juros até o fim do ano. Mas o mercado já está calejado depois do balde de água fria jorrado na primeira metade de 2024 e não se deixa mais enganar pelas projeções no dot plot. Vai que o presidente do Fed esteja se confundindo tal qual Joe Biden…
Depois da deflação do índice de preços ao consumidor americano em junho, com a taxa anual aproximando-se do menor nível em mais de três anos, a agenda do dia traz o índice de preços ao produtor nos EUA (PPI). Mas o destaque fica com a divulgação dos balanços de Wells Fargo (NYSE:WFC), Citi (NYSE:C) e JPMorgan (NYSE:JPM), antes da abertura, testando o rali dos grandes bancos.
À espera desses números, os futuros dos índices das bolsas de Nova York oscilam na linha d’água, sem viés único, praticamente repetindo o comportamento errático da véspera. Já as praças europeias avançam pelo terceiro dia seguido, caminhando rumo às máximas em quatro semanas.
Por aqui, o Ibovespa começou o segundo semestre de 2024 em uma direção totalmente oposta à dos seis primeiros meses deste ano. A bolsa brasileira subiu em todos os nove pregões de julho, até ontem, na maior sequência positiva desde fevereiro de 2018. A alta acumulada no período é de 3,5%, já que nem todos os avanços diários foram robustos.
Já o dólar realizou lucro e afastou-se um pouco mais da marca de R$ 5,40. Os investidores aproveitaram para colocar no bolso os ganhos recentes, após a moeda norte-americana bater máxima em R$ 5,70 no início deste mês. Em julho, o ativo acumula queda de 2,6%.
Na agenda doméstica, a ver se o desempenho do setor de serviços (9h) irá surpreender tal qual as vendas no varejo em maio, que contrariam a previsão de queda e avançaram 1,2% em base mensal. Talvez nesse caso o mercado esteja se confundindo com a capacidade de resiliência da atividade, em meio à dinâmica do emprego e renda. A conferir.