Ontem, a moeda norte-americana à vista despencou 4,02% e fechou o dia cotada a R$ 5,1770 para venda. Após o “mega xilique“ de alta no mercado pré-eleição, agora, vemos a cotação voltando para baixo de R$ 5,20. Um amplo movimento de desmonte de posições defensivas. Aqui, no Brasil, os movimentos tanto para cima quanto para baixo são bastante exacerbados. E, além disso, não são duradouros. Quanto mais sobe, mais desce. O que manda mesmo é o fluxo.
A performance de Bolsonaro, mais forte do que o esperado, tanto na eleição quanto no Senado/Congresso, é positiva para os mercados. Investidores têm se mostrado temerosos sobre a intenção de Lula, muito alardeada durante sua campanha, de suspender o teto de gastos caso seja eleito. No mês de outubro, até o segundo turno das eleições, haverá volatilidade bem significativa do mercado de câmbio, com investidores prestando mais atenção às pesquisas de intenção de voto diante da perspectiva de um segundo turno disputado. Se bem que já vimos que as pesquisas não são confiáveis.
Mas é importante considerar o exterior. O nosso câmbio costuma operar de acordo com notícias dos EUA e com valorização ou não de commodities.
Essa semana tiraremos o efeito China da precificação, porque temos feriado a semana toda por lá.
Não acho que o bom humor deve durar muito, porque a preocupação mundial é com aumentos agressivos dos juros em meio à inflação historicamente alta e a temores de desaceleração do crescimento econômico tanto na Europa, quanto nos EUA. Nos EUA, o Fed continuará a avançar com ações destinadas a diminuir a demanda, em uma tentativa de ajudar a reduzir a inflação de volta à meta de 2%. A inflação de agosto sobre o mesmo mês do ano passado foi de 6,2%. Ou seja, vão continuar a aumentar juros, enquanto aqui parece que o ciclo já se encerrou.
Por aqui, a economia vai bem. PIB revisado para cima. O problema é mesmo o mundo.
Para mim, um retorno potencial na renda fixa cada vez maior aqui no Brasil, em meio a um agressivo ciclo de aperto monetário doméstico, estimulam apostas de fluxo de investimento ao país. Vamos aproveitando esse movimento. Essa perspectiva de maior entrada de dólares no país foi fortalecida pela guerra da Rússia na Ucrânia, que provocou uma disparada nos preços de matérias-primas dos quais o Brasil é exportador. Vamos ver daqui para frente após próximos aumentos de juros nos EUA …
Na agenda de hoje, teremos nos EUA discursos de membros do Fomc e oferta de empregos jolts de agosto. Já na Europa, índice de preços ao produtor (antes do mercado abrir aqui) e discurso de Christine Lagarde, presidente do BCE. E no Brasil acompanharemos o clima pré-segundo turno, e quem sabe alguma sinalização de formação de equipe econômica.
Bons negócios, pessoal!