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Mercado Futuro do Bitcoin Vai Quebrar ou Receber mais US$ 10 Bilhões?

Publicado 27.11.2017, 05:45
CME
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BTC/USD
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por Jason Martin

O grupo CME (NASDAQ:CME) está preparado para iniciar uma tentativa de lançar o mercado futuro do bitcoin este ano, em meio a um debate intenso — não precisamente sobre a posição e valor da própria moeda digital — à medida que os investidores se preparam para um aumento da atividade de investidores institucionais, que poderia chegar a US$ 10 bilhões.

No final de outubro, o presidente e executivo-chefe do CME Group, Terry Duffy, anunciou o plano para lançar o mercado futuro do bitcoin antes do início de 2018, explicando que seria uma resposta ao "crescente interesse dos clientes nos mercados de criptomoeda".

Mesmo que tenha subido após o benchmark de US$ 9.000,00 deste fim de semana, (ou talvez por causa da sua trajetória incrivelmente rápida), o bitcoin ainda tem seus detratores, como o CEO do JP Morgan, Jamie Dimon, que rotula o ativo como uma "fraude" e alguns especialistas, que refletem a preocupação de que o seu preço disparado tem todas as indicações de uma bolha especulativa. A moeda digital aumentou em torno de 906% neste ano, com três correções separadas de mais de 25%, dando lugar a ralis subsequentes. A preços atualizados, o bitcoin tem uma capitalização de mercado total de cerca de US$ 162 bilhões.

BTCUSD Semanal

Duffy, do CME, observou que sua intenção não era controlar a volatilidade do mercado, mas gerenciar o risco, proporcionando uma maneira de vender a criptomoeda à descoberto.

"Não estou tentando controlar a volatilidade do bitcoin. Mas o que quero fazer é criar um lugar para que outras pessoas se exponham a esse risco ", disse Duffy em uma entrevista à CNBC em meados de novembro.

"Hoje você não pode operar bitcoins à descoberto. Então, há apenas uma maneira de operar. Você quer comprá-lo ou vendê-lo para outra pessoa. Então, você cria um mercado de dois lados, o que penso ser sempre muito mais eficiente", explicou.

As posições curtas geralmente são consideradas como uma forma de equilibrar as forças do mercado, permitindo que os investidores apostem em ganhos ou perdas. Para entender as posições curtas, um investidor simplesmente pega um ativo "emprestado" a determinado preço e o vende por dinheiro. Se o preço cair, eles recompram o referido ativo e o devolvem, embolsando a diferença. As posições curtas também permitem que as empresas comerciais adotem estratégias neutras do mercado, tendo a oportunidade de terminar cada dia de negociação em equilíbrio.

Na verdade, os produtos estruturados suíços contam com a Vontobel AG (SEIS:VONN) e a Leonteq Securities AG, que superam o CME com produtos separados, lançados em 17 de novembro, permitindo que os investidores se beneficiem quando o bitcoin cai.

O chefe de soluções públicas da Leonteq, Manuel Durr, disse a Bloomberg que o feedback inicial foi "extremamente positivo. Os clientes gostam muito da possibilidade de escolher entre um investimento longo ou curto em bitcoin ".

Independentemente disso, Duffy admitiu que a negociação de seus novos futuros do bitcoin será interrompida por uma hora no caso de um movimento de 20% para cima ou para baixo - não diferente dos circuit braker de ação única ou do próprio "limit-up limit-down" do SEC, destinados a controlar a venda de pânico ou qualquer tipo de volatilidade excessiva - e acrescentou que os investidores terão que colocar cerca de 30% de garantia como proteção contra a perda da aposta.

No entanto, o presidente e fundador da Interactive Brokers, Thomas Peterffy, recentemente argumentou que "é impossível tornar um produto desse tipo razoável".

"Embora o comprador (o lado longo) de um contrato futuro de criptomoeda ou uma opção de compra possa ter que colocar 100% do valor para garantir a segurança, a determinação do requisito de margem para o vendedor (o vendedor à descoberto) é impossível", argumentou em uma matéria de página inteira na edição de 15 de novembro do Wall Street Journal, que foi uma ampliação da sua carta ao Commodity Futures Trading Commission.

"A menos que o risco de compensar a criptomoeda seja isolado e segregado de outros produtos, uma catástrofe no mercado de criptomoedas que desestabilizaria uma organização de compensação desestabilizaria a economia real, infectando um índice decisivo e os mercados de commodities compensados na mesma organização", alertou.

Em uma entrevista posterior para a CNBC, Peterffy insistiu em que "não estava contra a negociação de bitcoin" e que as criptomoedas eram uma "ótima ideia".

"O que eu sou contra é vincular o bitcoin e outras criptomoedas por regulamentos federais à economia real, o que aconteceria se tivéssemos que compensar o bitcoin junto com outros produtos na mesma corretora", explicou.

Peterffy culpou as grandes variações de preços do bitcoin pela questão e sugeriu que o limite dos futuros não permitiria que os vendedores à descoberto cobrissem seu investimento. Especulou que "Isso poderia derrubar toda a economia".

Mas William Mallers Jr. chamou essas conclusões de "exageradas". O cofundador da First American Discount Corporation, a terceira maior corretora de descontos antes de ser vendida em 2001 para a Man Financial, argumentou que o privilégio de compensação do CME exigia uma grande quantidade de capital e operações que seriam suficientes se o nível de capital de um membro caísse abaixo do limite necessário para compensação.

"O CME fez seu dever de casa com o bitcoin; está bem ciente da história volátil de preços do bitcoin e tem a experiência e os controles para compensar o bitcoin futuro", argumentou ele em um artigo de opinião para a CoinDesk.

O bitcoin está ganhando maior aceitação?

Seja você um fã ou um cético, o lançamento dos futuros de bitcoin do CME é outro passo na direção da aceitação, seguindo de perto o rival CBOE Holdings (NASDAQ:CBOE) que, em agosto, anunciou planos para lançar seus próprios futuros de bitcoin, também até o final do ano.

A chave para os criadores de mercado tem sido o objetivo de envolver os investidores institucionais nos ativos digitais. Para isso a Coinbase anunciou recentemente o seu plano de lançar uma empresa chamada Coinbase Custody para ajudar os investidores institucionais a armazenar de forma segura os ativos digitais.

"Quando falamos com essas instituições eles nos dizem que a primeira coisa que os impede de começar é a existência de um detentor de ativos digitais em quem possam confiar para armazenar os fundos dos clientes de forma segura", escreveu o CEO e cofundador da Coinbase, Brian Armstrong.

"Por algumas estimativas, há hoje US$ 10 bilhões de dinheiro institucional esperando para ser investido em moeda digital", disse Armstrong.

Até agora, o interesse institucional nos investimentos em bitcoin parece estar dividido aproximadamente ao meio. Em uma pesquisa entre 317 operadores institucionais realizada pela Triad Securities e DataTrek Research entre 6 e 13 de novembro, cerca de 31% admitiram ter investido em bitcoin ou outras criptomoedas, com a metade entrando apenas nos últimos seis meses, sugerindo que o rali deste ano provocou mais do que um pouco de interesse do mundo do investimento profissional. No entanto, outros 31% disseram que foram contra arriscar em ativos digitais. Ainda assim, outros 36% admitiram ter considerado a opção, mas não se arriscaram, sugerindo que um importante grupo de investidores institucionais continua à margem.

Pesquisa institucional sobre bitcoin

De acordo com a pesquisa, os investidores institucionais não tinham uma opinião maioritária sobre o futuro do bitcoin, com 39% insistindo que era uma bolha destinada a estourar, enquanto 27% esperavam ganhos contínuos a um ritmo mais gradual. 16% apostaram que o valor dobraria nos próximos seis meses, enquanto 17% admitiram que não conheciam nem tinham nenhuma opinião.

Futuro do bitcoin

A introdução dos futuros de bitcoin também pode abrir caminho para a próxima expansão dos veículos de investimento em ativos digitais: a criação dos fundos negociados em bolsa bitcoin (ETF). Os ETF em bitcoin podem ampliar ainda mais a gama de investidores institucionais, que geralmente são proibidos de comprar títulos não regulamentados.

A ideia é que a existência dos futuros de bitcoin tornaria mais fácil a obtenção de aprovação para um ETF. A Comissão de Valores Mobiliários (SEC) negou um pedido em março, devido a problemas de vigilância. "A Comissão acredita que os mercados significativos para bitcoin estão desregulamentados", afirmou a SEC na sua apresentação.

Tudo poderia mudar com os novos projetos do CBOE e do CME, já que ambas as empresas são observadas de perto pelos reguladores em Washington. As estimativas colocam uma aprovação da SEC para ETFs com base nos futuros de bitcoin entre 6 a 12 meses.

Entretanto, o acalorado debate sobre se o bitcoin e moedas alternativas rivais são um ativo "sem valor", já aprofundadas no território das bolhas, provavelmente continuará a se acirrar. O impulso especulativo é que o influxo de investidores institucionais através de oportunidades paralelas de investimento, como o iminente mercado futuro de bitcoin, poderia servir para empurrar o ativo subjacente para a marca "mágica" de US$ 10.000,00 este ano (um objetivo que se aproxima da realidade e que ninguém imaginava até a semana passada), já que a propaganda continua a atrair novos investidores: 906% de lucro até agora este ano.

É tarde demais para participar ou apenas o começo? O tempo vai dizer.

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