Não é novidade que o “Governo Bolsonaro” está muito desgastado. Boa parte desse desgaste ocorreu por conta da pandemia, com os preços nas alturas, inflação na casa de dois dígitos, CPI da covid-19 indicia o presidente, elevação nas taxas de juros, crise dos energéticos, precatórios, além da reforma tributária.
Outra preocupação, em especial do Ministério da Economia, é a não privatização de estatais que o ministro da economia Paulo Guedes idealizou na candidatura de 2018.
O ano de 2022 é ano de candidatura presidencial no Brasil. Após todos esses desgastes e preocupações, para aumentar as chances da reeleição do presidente Jair Bolsonaro, é de extrema importância Programas de distribuição de renda mais robustos.
A manobra que o governo executa com a PEC dos precatórios não resolve totalmente o problema, apenas o “empurra” para ser resolvido mais para frente. Eles conseguem aumentar o teto de gastos para então “financiar” o auxílio emergencial, que ficou definido para até dezembro de 2022, e também o aumento do programa Auxílio Brasil com valor de R$ 400, (antigo programa Bolsa Família R$ 300), ou seja, R$ 100,00 maior do que o anterior. Estamos falando de 80 bilhões de reais aproximadamente.
Além disso, na semana anterior, o Senado aprovou o programa Vale-gás, outro programa social com objetivo de ajudar famílias de baixa renda na compra de botijão de gás de cozinha.
O Presidente Bolsonaro também falou sobre o auxílio diesel aos caminhoneiros no valor de R$ 400,00. O programa irá beneficiar em torno de 750 mil caminhoneiros. Jair Bolsonaro em seu discurso (Pernambuco): “Para compensar o aumento do diesel”. Os caminhoneiros pediram mais dignidade do presidente, dizendo que não querem “esmola” e sim a resolução do problema.
Essas práticas de populismo pelo “Governo Bolsonaro” não são vistas com bons olhos pelos investidores, até por que tudo isso aumenta ainda mais a pressão inflacionária no Brasil que agora já virou fato.
Os pedidos de demissões coletivas do ministério da economia não foram surpresa, Paulo Guedes já havia antecipado esse possível movimento, afinal as medidas que estão sendo tomadas extrapolam o teto, dessa forma é necessário além de uma equipe criativa para resolver as questões internas do país, pessoas que concordem com essas medidas.
Para o ministério de minas e energia as condições não são diferentes. Estamos falando da retirada de dividendos ou royalties da Petrobras (SA:PETR4), por direito do governo, para amenizar a flutuação dos combustíveis e financiar esses programas sociais.
Quanto ao problema com a crise hídrica, o Presidente Bolsonaro já havia anunciado que iria determinar a volta da bandeira “normal” a partir do mês de novembro. Agora, para mitigar os impactos na inflação, o governo propõe uma nova “solução”, um pool entre bancos e BNDES para financiar essa alta da energia elétrica. Em curto prazo o valor da conta de energia tende a diminuir para nós consumidores. Em longo prazo a “solução” ainda é fraca, novamente quem vai pagar a conta é o governo, ou seja, os brasileiros.
Como o mercado reagiu a esse estresse político? Nosso índice Bovespa futuro, que trabalhava em torno dos 115/116 mil pontos no começo da semana anterior (18/10) trazendo esperança de dias melhores, fechou a semana em 107.010 pontos, que representou uma queda de -7,39% e sua mínima foi em 103.675 pontos, patamares de preço negociados em novembro de 2020 pela última vez.