Temos observado uma elevada volatilidade e aumento de aversão ao risco nos mercados globais. O mesmo tema dos últimos três anos com pandemia, guerra geopolítica entre Rússia e Ucrânia, tensões entre o Ocidente e a China, alta global de juros e os riscos crescentes de recessão, além dos riscos fiscais e eleitorais no mercado interno. A realidade é que quem investiu em 2019 (nos anos de boom da bolsa) está com retornos negativos. A bolsa subiu, desceu, ficou de lado… e, no fim do dia, não saiu do lugar. Momentos como este são relativamente raros e observados no fundo da crise de 2008; em 2014, após os anos de caos econômico do governo Dilma, e agora. |
Retorno do IBOV nos últimos três anos. Fonte: Economatica
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A troca para estratégias de renda fixaIsso, é claro, criou uma certa descrença com relação à bolsa brasileira. Enquanto isso, do outro lado, temos um maratonista muito bem treinado chamado CDI (taxa referencial que acompanha a Selic e que serve de referência para a renda fixa) que vem entregando um retorno +16 por cento ao ano. Não à toa, vemos diversos investidores jogando a toalha em relação aos fundos de ações, resgatando suas cotas com prejuízo para ficar no conforto da renda fixa. A fuga da bolsa é um erro que não será cobrado hoje, mas sim no futuro, e complementa que talvez parte desse comportamento esteja associado a investidores que ficaram mal-acostumados com os retornos entre 2016 e 2019. Volatilidade faz parte de investirA bolsa passa por desafios colossais, especialmente em um cenário de juros altos — em que as bolsas tendem a sofrer mesmo. A grande questão é que este não é momento para resgatar, esse momento já foi. No entanto, se sair do jogo com a bolsa nos seus menores patamares de valuation é um erro, o que lhe permite se manter no jogo? A resposta mais curta é: ter uma alocação ordenada, com a bolsa fazendo parte de uma orquestra muito maior chamada portfólio. A relação entre xadrez e investimentosAnalogamente, o mercado financeiro é como um grande jogo de xadrez, avalia o nosso analista. A carteira deve estar preparada para enfrentar as vitórias e derrotas que interferem no destino das peças que ficam ou saem do tabuleiro. Nesse sentido, é virtualmente impossível ganhar um jogo de xadrez querendo utilizar somente o peão, ou a dama, ou a rainha. Por mais poderosa que seja uma peça ou outra, utilizar cada uma delas no momento certo é fundamental para a vitória. A nosso ver, essa é a razão pela qual a bolsa deve fazer parte do seu portfólio, mas não deveria ser a sua carteira como um todo. Isso permite que você consiga desfrutar dos resultados dela e aguentar mais em momentos delicados, como agora. Vale (BVMF:VALE3) reforçar que o segredo da construção de patrimônio está na sua capacidade de poupar, escolher os ativos certos e ter um portfólio diversificado. |