A agenda econômica desta quinta-feira (14) ganha força nos mercados, trazendo dados sobre as vendas no varejo brasileiro e nos Estados Unidos. Ainda assim, dificilmente os números da atividade no comércio neste início de ano devem influenciar as expectativas dos investidores em relação ao rumo dos juros aqui e lá.
A menos de uma semana da segunda Super Quarta do ano, os ativos de risco se acomodam. O movimento de alta nas bolsas e commodities - exceto o minério de ferro - em meio a um ambiente misto do dólar e de juros ainda altos alimenta a tese de “reflação”, na qual os preços se ajustam à inflação, à espera de estímulos monetários.
Foi por isso que ontem os mercados olharam para o retrovisor, ainda reagindo aos dados de inflação ao consumidor no Brasil e nos EUA divulgados no dia anterior. O seguiu a ligeira alta das bolsas de Nova York na véspera. Porém, isso não significa que o índice de preços ao produtor norte-americano (PPI), que também sai hoje, deve agitar os negócios.
Mercado busca opções
Daí porque o foco se desloca para o noticiário corporativo, com os investidores caçando pechinchas, à medida que se preparam para o fim do mês - e do primeiro trimestre. Ou melhor, buscam pelos “perdedores” neste início de ano e fogem dos “vencedores”. Só que, enquanto Wall Street se afasta da Nvidia (NASDAQ:) e migra para Apple (NASDAQ:) e Boeing (NYSE:), a bolsa brasileira segue refém de Petrobras (BVMF:) e Vale (BVMF:) - as blue chips cíclicas.
É quando o “jejum de IPOs” na B3 (BVMF:) cobra seu preço. Sem opções para promover essa rotação nas carteiras antes da virada da folhinha, os investidores acabam alimentando os ruídos vindos de Brasília e elevam a pressão nos negócios. Mas fato é que o plano do governo de atuar nos conselhos dessas empresas está alinhado aos interesses do presidente Lula. Restaram, então, as ações dos bancos, beneficiadas pela liquidez.
Enquanto isso, o dólar continua orbitando ao redor de R$ 5,00, mas segue abaixo dessa marca. Os investidores não ignoram o risco de não se confirmar a aposta de corte nos juros pelo Federal Reserve em junho, o que, por sua vez, pode encurtar o espaço de queda da taxa Selic. Falta, então, confirmar essa tese, para que o apetite por risco retorne com força - talvez antes do fim deste semestre.
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