O lucro líquido de uma ação é menos importante do que você imagina!

Publicado 24.11.2023, 15:00

Ao avaliar uma ação, é fundamental considerar o fluxo de caixa no processo.

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Entenda como fluxo de caixa o montante que realmente fica (ou ficará) para o investidor (através de recompras e dividendos), e não apenas o lucro líquido.

Mesmo que uma empresa apresente um lucro líquido expressivo, isso não garante necessariamente que tal capital beneficiará diretamente o investidor.

Vou elucidar esse ponto em seguida.

Primeiramente, é necessário esclarecer o conceito de lucro líquido.

Em essência, lucro líquido é a variação no seu patrimônio. Não significa, obrigatoriamente, dinheiro em mão.

Considere este exemplo:

Suponha que você tenha R$200 mil no banco. Ao investir esse valor em um imóvel, no dia seguinte, não há lucro nem prejuízo imediato na operação.

Vejamos a matemática abaixo:

Patrimônio ANTES da compra:

R$200 mil em dinheiro;

R$0 em imóveis.

Total = R$200 mil

Patrimônio APÓS a compra:

R$0 em dinheiro;

R$200 mil em imóveis.

Total = R$200 mil

O lucro ou prejuízo só ocorre se o valor do imóvel flutuar e houver venda ou aluguel.

Nas empresas listadas na bolsa, a lógica é similar. Aquisições como equipamentos, propriedades, ou aumento de estoque, não afetam o lucro, mas reduzem o caixa.

Assim, em certos casos, lucro líquido não equivale a dinheiro no bolso do investidor.

Imagine uma varejista com os números abaixo em um determinado ano:

Receita = R$100 mil;

Lucro = R$10 mil;

Estoque médio = R$50 mil.

Quanto realmente chega ao investidor?

Depende.

A empresa pode ter mais R$10 mil no banco no final do ano. Porém, caso esteja nos planos abrir uma nova loja e aumentar o estoque, o cenário muda.

Vejamos a conta abaixo.

INÍCIO do ano:

R$0 em caixa;

R$50 mil em estoque.

Total = R$50 mil

FINAL do ano:

R$0 em caixa;

R$60 mil em estoque.

Total = R$60 mil

Lucro contábil = R$10 mil, mas sem dinheiro extra para o acionista, pois foi reinvestido no estoque.

Assim, o investidor não vê parte desse lucro.

"Mas, Matheus, a empresa está reinvestindo para crescer", alguém pode argumentar.

Isso pode ser vantajoso se os investimentos aumentarem receita e lucro futuros. Contudo, nem sempre é o caso.

Considere uma empresa reinvestindo todo o lucro, mas sem crescimento significativo desse resultado ao longo dos anos.

Após uma década, a receita pode dobrar, mas o lucro crescer apenas 20%. Sem dividendos distribuídos, o investimento ainda vale a pena?

Este exemplo, embora hipotético, ilustra que lucro líquido nem sempre beneficia o investidor.

Se a empresa não distribui dividendos, ela deve mostrar crescimento substancial em receita e lucro. Caso contrário, pode ser um mau investimento.

É importante estar ciente para evitar esse tipo de armadilha.

Algumas empresas operam com múltiplos de P/L baixos e pagam dividendos modestos (3-4% ao ano), mas não crescem ou o fazem lentamente.

No fim, o investidor obtém um retorno limitado a longo prazo.

Evite tais armadilhas!

Até breve e bons negócios!

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