Muitos consideram essa famosa frase de Shakespeare como um aprendizado, em detrimento de outros, que preferem acreditar que o passado é incerto. O que somos e o que fazemos é, em grande parte, fruto do que aprendemos com as pessoas que passam por nossas vidas. Nossa consciência, nossa razão e os exemplos que nós mesmos deixaremos.
São práticas sociais profundamente atrelada a história, e Sérgio Buarque de Holanda preconizou, quando abordou o termo "Homem Cordial" em Raízes do Brasil, relações marcadas pelo fator da “cordialidade”. Mas o que realmente tange esse artigo não é a fraternidade entre a sociedade, mas, sim o seu paradoxo. Uma correlação inversa quando essas relações ocorrem no ambiente privado. Algo que Lívia Barbosa DaMatta soube muito bem descrever no seu livro Jeitinho Brasileiro. Ela mostra que nossos comportamentos geram consequências e que, dependendo do resultado que eles trouxerem, esses comportamentos podem cessar ou continuar ocorrendo futuramente. Que faz jus a declaração de Shakespeare quando diz que "O Passado é um Prólogo".
Diante disso, eu início os questionamentos sobre a falta de boas práticas de compliance do IRB (SA:IRBR3). Uma resseguradora que desde o seu IPO, transmitiu ao mercado financeiro uma perspectiva contínua de bons resultados econômicos.
Analogicamente, no mercado, empresas rentáveis são como os seios, nenhuma é particularmente isenta a exame de mamografia das gestoras. E os profundos achados palpatórios da medida de desempenho da resseguradora IRB, a gestora Carioca Squadra conseguiu identificar vestígio de coisa errada. Um grande nódulo nas contas da resseguradora. E o prognóstico foi apresentado em longas cartas, segmentadas em partes.
Se na maquiagem, a linha fina nos lábios esconde a carranca, a IRB por definição soube muito bem aplicar e espalhar a base. Das práticas ilegais ocorridas, obedeceu muito bem os aspectos da teoria positiva da contabilidade, que ocorre justamente na hipótese do plano de incentivo.
Por definição, os administradores de empresas que recebem remuneração variável usarão frequentemente métodos contábeis que aumentem o resultado do período. E estes métodos contábeis, podem ser métodos legais ou fraudes contábeis, com o intuito de manipular o mercado, assim como os investidores da empresa. No final disso tudo, descobrimos os "métodos legais" e todos os envolvidos da antiga administração que tiraram vantagem no mercado já podem declarar: "Success is Assured"
A resseguradora não é a primeira que ganha notoriedade na mídia, pois, existem inúmeras que já ouvimos falar
ENRON
Desvios de dívidas para associadas e super-estimação de lucros: Com participações em pequenas empresas que não constavam no balanço, a Enron escondeu bilhões em dívidas. No último balanço publicado, a empresa superestimou os lucros em quase 600 milhões de dólares e fez desaparecer dívidas de quase 650 milhões de dólares. A manipulação não parou por aí, pois além de esconder os passivos, a Enron também vendeu bens a essas empresaspor preços supervalorizados, a fim de criar falsas receitas. A empresa foi forçada a reajustar o valor de seus resultados de 1997 a 2000 diminuindo seu patrimônio em US$ 1,25 bilhões.
MERCK
Manipulação de receitas e custos: A empresa inflou as receitas e os custos na mesma proporção. O resultado líquido não foi afetado, mas as vendas sim, o que induziu o investidor a acreditar no crescimento da companhia. A manobra contábil fez o faturamento crescer 12,6 bilhões de dólares indevidamente.
E muitas outras como Banco Panamericano, Cruzeiro do Sul, Xerox, etc...
(Dados retirados do CRCPR)
Segundo as Normas Internacionais de Contabilidade CPC 00 – Estrutura Conceitual para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil e Financeiro, a contabilidade é uma ferramenta utilizada pelas empresas com intuito de gerar informações confiáveis e consistentes, favorecendo a tomada de decisões por parte dos usuários da informação contábil. Das suas características qualitativas fundamentais e de melhorias, inibem práticas erosivas que pode trazer consequências, e dependendo da gravidade podem trazer danos irreversíveis para a companhia.
A empresa deve mudar de auditores independentes a cada cinco anos e a recontratação é possível somente depois de três exercícios sociais. O objetivo é evitar a prestação de serviços a um mesmo cliente por um período de tempo longo, o que poderia comprometer a imagem de credibilidade quanto à efetiva independência do profissional. (CFC)
Sim, Para regatar a credibilidade A CVM, a SEC e o CFC podem tomar várias medidas, mas tudo será insuficiente sem ética, sem o respeito aos valores individuais, corporativos e do mercado. (What's Past Is Prologue)...
Conscientização na tomada de decisões, para não acabar em um castelo de cartas...
Idéias compiladas de pesquisas anteriormente estudadas.
Boa Semana!