O advento da internet e das redes sociais causou uma verdadeira revolução na vida das pessoas. As informações hoje em dia são muito mais acessíveis e aprender sobre investimentos nunca foi tão fácil. O grande boom de novos investidores na B3 (BVMF:B3SA3) tem relação direta com a facilidade de acesso aos conteúdos sobre o mercado.
Não foi à toa que vários profissionais de finanças começaram a usar a sua influência em plataformas como Twitter, Instagram e Linkedin para dar palpites sobre investimentos e cenários econômicos.
Isso não é algo ruim, mas existem algumas ressalvas a serem feitas. Durante a semana, diversos veículos de comunicação noticiaram o pedido de dados feito pela CVM para o grupo de influencers denominado “FintWit”.
O ocorrido foi visto por alguns como forma de perseguição e outros consideraram a atitude do órgão regulador correta. Na minha opinião, desde que não sejam cometidos excessos, o que aparentemente não aconteceu, isto não é necessariamente um problema.
Contudo, a quantidade de perfis relacionados a finanças criados nos últimos anos deve, de fato, ser motivo de atenção. Hoje, um dos grandes problemas sociais de todo o mundo é a disseminação de informações falsas.
No âmbito dos mercados, o cuidado deve ser ainda maior. As fraudes podem matar os sonhos de muitas pessoas que começam a investir sem terem ainda uma clara compreensão de como a bolsa e os ativos de um modo geral funcionam.
Verdade ou não, vi um caso um tanto curioso no Twitter de uma pessoa que dizia ter comprado opções do tipo “calls” com pensamento de longo prazo. Não se tratava de um “seguro” para carteira. Esse investidor acreditava estar comprando ações no mercado à vista.
Tanto que, ao ver os preços de suas opções despencarem, fez preço médio, ou seja, colocou mais dinheiro na operação na crença de uma recuperação ao longo de anos. Sim, anos.
Isto ocorreu entre 2020 e 2021 quando surgiram diversas notícias relacionadas a pessoas que perderam dinheiro com derivativos e day trade após uma certa “popularização” desses produtos provocada por influenciadores.
Ainda que seja papel da CVM fiscalizar os maus produtores de conteúdo, é interessante que o investidor siga algumas regras para não cometer erros fatais.
1 - Estude: O conhecimento te dará repertório para que você saiba o que fazer - ou não - em tempos de crise. Portanto, estudar nunca será demais. Se a pessoa que eu citei mais acima tivesse procurado saber mais sobre derivativos antes de colocar os recursos em jogo, o estrago provavelmente teria sido menor, se é que ele teria acontecido.
2 - Diversifique sempre: Em boa parte dos artigos publicados neste espaço falo da importância da diversificação. Colocar todos os recursos em apenas um papel ou uma classe pode vir a se tornar um problema bastante sério. Ainda que o ativo seja bom, busque o equilíbrio.
3 - Cuidado com preço médio em qualquer ativo: O preço médio só deve ser feito quando há muita segurança em relação ao ativo. Ainda assim, em boa parte dos casos, o melhor é buscar outros ativos que compensem com ganhos essas eventuais perdas.
4 - Olhe para os ciclos: Os ciclos econômicos possuem relação direta com os preços dos ativos. Com juros altos, ativos de risco tendem a perder força e o contrário é igualmente verdadeiro. Portanto, é preciso balancear o seu portfólio de acordo com o cenário.
5 - Busque ajuda se você não compreende um assunto: Em outras palavras, este artigo diz que existem os bons e maus influenciadores. Aqueles que fazem um bom trabalho podem ser ótimos para te ajudar a entender melhor um novo assunto ou estratégia.
6 - Nunca siga a recomendação de um influenciador: Por mais bem intencionado que ele seja. Se ainda assim quiser seguir com a ideia, estude o papel e tome a sua própria decisão de acordo com a sua estratégia.
Bons negócios!