Será que estamos em um momento de transição entre domínio dos maiores blocos econômicos do planeta?
É fato que o G7 composto por: EUA, França, Alemanha, Reino Unido, Japão, Itália e Canadá, não são mais o grupo econômico dominante, pois o BRICS, grupo em que estão Rússia, Brasil, China, Índia e África do Sul, acabam de ultrapassar o G-7 no PIB total.
Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Argélia, Egito, Bahrein e Irã pediram formalmente para se juntarem ao grupo de nações.
O BRICS realizará sua cúpula anual na Cidade do Cabo durante a primeira semana de junho. Os ministros dos Negócios Estrangeiros dos cinco Estados-membros confirmaram presença.
No total, 19 nações manifestaram interesse em se juntar ao bloco de mercados emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
O fato mais notório e interessante é: Em 2020 os países do G7 e do Brics contribuíram igualmente para o crescimento econômico global, o desempenho do bloco liderado pelo Ocidente caiu recentemente. Até 2028, o G7 deve representar apenas 27,8% da economia global, enquanto os Brics representarão 35%.
Outro fato relevante é que os países membros do BRICS representam mais de 40% da população global e cerca de um quarto do PIB global.
Segundo levantamento da Bloomberg, estima-se que o BRICS já está a frente do G-7 em PIB, em torno de 31% da produção global total.
Se o crescimento continuar neste ritmo acelerado, até 2030, estima-se que os BRICS poderão representar 50% ou mais do PIB global.
Segue abaixo a evolução de crescimento dos dois blocos nos últimos 20 anos:
[Contribuição para o crescimento do PIB global]
(2002 em diante)
-G7 (Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido, Estados Unidos): 42%
-BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul): 19%
(2022 em diante)
-G7 (Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão, Reino Unido, Estados Unidos): 30%
-BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul): 31%
Os EUA sempre lideraram o G-7 figurando como a potência econômica mais poderosa do grupo mais poderoso, mas isso está mudando, porque China e a Índia ultrapassarão os EUA em volume de produção, devido às suas populações serem muito maiores e terem crescimento muito mais rápido, por esse motivo levanta-se um ponto de inflexão: Os países do BRICS vão querer continuar usando o dólar americano para as transações e como principal moeda do comércio global e como moeda de reserva financeira em seus bancos?
Quase certamente que não. Eles vão querer uma moeda de transação e reserva financeira controlada pelo grupo. E esse tem sido o desafio do grupo, nenhuma moeda dos países membros do BRICS tem poder e influência para servir como moeda de reserva global, pelo menos não agora. Mas eles estão trabalhando para mudar isso.
Os países do BRICS já chamaram o dólar americano de não confiável devido ao aumento das taxas de juros estabelecidas pelo Federal Reserve (FED) e aos métodos que os EUA usam para “armar” o dólar contra países com quem não possui relação amigável.
Estamos bem próximos da reunião da cúpula dos BRICS, caso aceitem a entrada dos 19 países que solicitaram o direito de participar do bloco, veremos pela primeira vez o domínio do G7 e seus membros perdendo força e terreno no campo financeiro e de produção global.