A ausência do referencial das bolsas de valores americanas tende a pesar na sessão de hoje, numa semana em que o mercado continua a alimentar a esperança de fluxos contínuos e pesados de liquidez por parte das autoridades monetárias de economias centrais, em especial após a indicação de Janet Yellen, ex-Fed, para a secretaria do Tesouro dos EUA.
A proximidade de novos recordes de pontos tende também a suscitar possíveis novas correções dos ativos, porém o sinal de manutenção da liquidez é que tende a sustentar o mercado global, notadamente dependente destes fluxos, como um adicto espera a próxima dose.
Enquanto houver fornecedor, o mercado anda, até ser tarde demais para voltar atrás, porém esta é a discussão que governos, agentes econômicos e investidores querem, neste momento, deixar para as próximas gerações.
Localmente, na ausência de potência fiscal para alimentar tal liquidez, seja através de programas de renda mínima ou através do tradicional keynesiano ao qual o Brasil se acostumou durante sua história, a discussão sobre a questão fiscal ganha cada vez mais corpo, ao ponto de levar a discussões públicas das duas maiores autoridades econômicas do país.
Paulo Guedes aparentemente se irritou com as declarações de Campos Neto de que os investidores estão preocupados com a trajetória da dívida e que o governo precisa reconquistar sua credibilidade junto ao mercado.
Porém, Campos Neto não falou nenhuma novidade e Guedes tem noção clara de que seu encanto sob o mercado está ‘perdendo o charme’ pela ausência de conclusão de seus planos repletos de boas intenções, porém estacionados no congresso e sem apoio aberto do executivo.
A solução é irritantemente simples: o governo deixa de lado um plano de autopromoção eleitoreiro que é fiscalmente inviável e Bolsonaro dá apoio claro e direto à agenda de reformas estacionada no congresso, focando todas suas energias para que tudo esteja aprovado nos próximos 6 a 9 meses.
É isso, sem novidades e é exatamente o que Guedes gostaria de declarar abertamente e o que Campos Neto diz sobre a preocupação dos investidores com a trajetória da dívida.
Irritantemente simples.
Atenção hoje ao CAGED, balanço do governo central, IPP e ata do BCE.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em alta, com o feriado de acao de graças nos EUA.
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos, exceção à Austrália.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries não operam devido ao feriado.
Entre as commodities metálicas, altas, exceto a platina.
O petróleo abriu em queda em Londres e Nova York, com o aumento dos estoques globais.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -1,80%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,3169 / -1,08 %
Euro / Dólar : US$ 1,19 / 0,000%
Dólar / Yen : ¥ 104,26 / -0,201%
Libra / Dólar : US$ 1,34 / -0,075%
Dólar Fut. (1 m) : 5320,51 / -1,14 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 22: 4,31 % aa (-2,27%)
DI - Janeiro 23: 5,14 % aa (-1,72%)
DI - Janeiro 25: 6,93 % aa (-1,00%)
DI - Janeiro 27: 7,68 % aa (-1,03%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,3154% / 110.133 pontos
Dow Jones: -0,5783% / 29.872 pontos
Nasdaq: 0,4787% / 12.094 pontos
Nikkei: 0,91% / 26.537 pontos
Hang Seng: 0,56% / 26.819 pontos
ASX 200: -0,70% / 6.636 pontos
ABERTURA
DAX: 0,033% / 13294,13 pontos
CAC 40: -0,081% / 5566,78 pontos
FTSE: -0,543% / 6356,41 pontos
Ibov. Fut.: 0,23% / 110204,00 pontos
S&P Fut.: 0,041% / 3628,80 pontos
Nasdaq Fut.: 0,302% / 12195,75 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,10% / 74,80 ptos
Petróleo WTI: -1,62% / $45,09
Petróleo Brent: -1,60% / $48,01
Ouro: 0,38% / $1.812,08
Minério de Ferro: 1,14% / ¥ $123,63
Soja: -0,61% / $1.184,00
Milho: -1,35% / $420,00
Café: 1,19% / $114,50
Açúcar: -1,80% / $14,77