O FED não vai elevar os juros, pelo menos não agora, ou até mesmo no primeiro semestre de 2015. A jogada inteligente, para eles, é claro.
Não há necessidade desesperada de liquidez neste momento e a economia americana está quebrando diversos paradigmas da globalização, assim alardeado pelos analistas na década de 90. O bater da asa da borboleta não vai mais causar um furacão, ou "nós não precisamos mais de vocês, pelo menos por enquanto".
Mas dólar continuará forte sem aperto monetário? Muito provavelmente sim, uma vez que muitos bancos centrais de todo o mundo estão percebendo que a liquidez é a chave, como o FED fez antes. São juros para baixo e dinheiro na rua.
Brasil vai contra essa mudança e as taxas de juros aqui não estão nem perto de parar a sua escalada. A batalha inglória contra a inflação em um cenário de baixo crescimento vai apresentar sua conta em breve, devido à falta de ações pró-ativas como a reforma fiscal e tributária.
Ao adicionar à esta fórmula uma crise hídrica, endêmica falta de chuva (sim, essas são duas coisas diferentes) e elevação impostos, é fácil de se prever que 2015 pode não ser o melhor momento para o Brasil.
Localmente, um dólar forte perde a razão de ser em uma economia exportadora de commodities devido a uma cadeia produtiva altamente dolarizada. Deste modo, qualquer desvalorização do Real é convertida rapidamente em inflação, mais rápido do que os anseios do Banco Central.
A chave para o Brasil é encontrar o equilíbrio entre os custos de câmbio e as exportações, mas também precisa ser mais competitivo em relação aos seus pares, em BRICs especiais, considerando que China e Índia têm fortes relações comerciais com os EUA.
Com parceiros latino-americanos em condições semelhantes ou piores, a esperança para o Brasil reside no quantitative easing do BCE e numa melhoria econômica dos antigos parceiros europeus, mas ainda assim, o velho continente tem um longo caminho de volta à estabilidade.
Vamos pular para 2016!