Nos últimos anos, o debate sobre ESG (Environmental, Social, and Governance) tem sido intenso e, por vezes, crítico. Muitas pessoas apontam falhas e setores que necessitam de avanços significativos, e eu, pessoalmente, me incluo entre os críticos.
Contudo, é fundamental reconhecer o progresso que já foi feito e as evidências de que o ESG não apenas permanece relevante, mas também está evoluindo de forma positiva.
Há uma década, o termo ESG mal era mencionado nas salas de reunião ou em fóruns de discussão sobre negócios e investimentos. Hoje, por outro lado, a situação é totalmente oposta.
A relevância adquirida pela agenda ESG é um testemunho do progresso que tem sido feito.
Este crescimento no diálogo sobre práticas sustentáveis não deve ser subestimado; pelo contrário, deve ser celebrado como um marco significativo na jornada para uma gestão empresarial mais responsável.
Uma pesquisa realizada pela Bloomberg Intelligence revelou um dado bem interessante: 84% dos executivos acreditam que os fatores ESG contribuem para estratégias corporativas mais robustas, melhorando a reputação da empresa e facilitando o acesso a capital.
Este dado não é apenas um número isolado; ele reflete uma tendência crescente no mundo dos negócios e investimentos, onde a integração dos princípios ESG nas estratégias corporativas está se tornando a norma, não a exceção.
Apesar desses avanços, não podemos nos dar ao luxo de abandonar a discussão sobre o tema.
O Brasil, por exemplo, enfrenta desafios significativos em termos de práticas de governança sustentável, sociais e ambientais.
Problemas decorrentes da exploração mineral sem os devidos cuidados ambientais e sociais são apenas um dos exemplos. A questão não é se devemos explorar os recursos naturais, mas COMO podemos fazê-lo de maneira que preserve o meio ambiente e beneficie gerações futuras.
Além disso, a má gestão em grandes empresas não apenas prejudica o ambiente empresarial, mas pessoas de todas as classes sociais. Uma boa gestão, portanto, não se limita a práticas empresariais eficientes; ela engloba a sustentabilidade em todas as suas dimensões.
O projeto Estímulo2020, apresentado esta semana na Galapagos, é um exemplo prático de como os princípios ESG estão sendo aplicados para gerar impacto positivo.
O fundo, focado em apoiar negócios e transformar vidas por meio do empreendedorismo, ilustra a demanda crescente por investimentos que não apenas ofereçam retornos financeiros, mas também contribuam para o bem social e ambiental.
Durante o evento, Mari Emmanouilides, sócia da Galapagos, falou sobre o tema.
“Há anos estamos recebendo solicitações dos nossos clientes em relação a investimento de impacto, principalmente na questão de como escolher um bom investimento e quem são as pessoas que você está canalizando esses recursos. Até que conseguimos, junto a Estímulo, fundamentar um processo operacional viável. O investidor entende qual foi o impacto que o investimento dele causou, isso faz a diferença na hora de investir. Estamos muito felizes com esse passo e espero que esse modelo possa ser replicado em várias frentes”, comentou.
A percepção de que o ESG deve ser uma consideração fundamental nas decisões de investimento está se tornando cada vez mais comum, tanto dentro quanto fora da Galapagos, como falado acima pela Mari.
Esse consenso sobre a importância dessa agenda entre profissionais do mercado financeiro contribui para um entendimento mais amplo de que as práticas de ESG são cruciais para o futuro dos negócios, investimentos, do país e da vida.
Apesar dos desafios restantes, é essencial reconhecer que estamos apenas no início de uma discussão que requer um amadurecimento contínuo por parte de todos os envolvidos.
O progresso até agora revela um movimento positivo em direção a práticas de negócios mais sustentáveis e responsáveis. Portanto, longe de ter morrido, o ESG está, de fato, ganhando vida e relevância como nunca antes, moldando o futuro dos negócios de maneira profunda e duradoura.
Pense nisso e até o próximo artigo!
Bons negócios!