Fala comigo, Faria Lima!
Chegou a hora da apuração! O Brasil desfilou sua economia pela avenida do mercado e agora vamos ver se passamos de fase ou se vamos direto para o rebaixamento econômico.
A bateria dos juros está afinada? A harmonia fiscal não desafinou? A evolução do PIB foi contagiante? E as contas públicas, equilibradas ou tropeçando na própria fantasia?
Pegue sua prancheta e acompanhe a apuração dos nove quesitos econômicos.
1. Harmonia Econômica (Nota: 8,5)
(Harmonia: O alinhamento entre política monetária, fiscal e cambial)
Se harmonia fosse nosso ponto forte, estaríamos no topo do pódio. Mas enquanto o Banco Central pisa no freio com a Selic em 13,25% (Banco Central), o governo acelera nos gastos públicos, jogando combustível na inflação. Esse descompasso resulta em um real desvalorizado e investidores inseguros. Keynes diria que gastar pode ser bom na recessão, mas sem equilíbrio, só estamos escrevendo um samba-enredo trágico ([Keynes, The General Theory of Employment, Interest, and Money]).
2. Evolução do Crescimento (Nota: 8,8)
(Evolução: O ritmo e consistência do crescimento econômico)
O PIB cresceu 3,5% em 2024 (FGV), mas dependemos demais do setor agro, enquanto indústria e serviços ainda engatinham. O Brasil corre na avenida, mas tropeça quando precisa diversificar sua economia. David Ricardo nos lembraria que especializar-se em commodities pode ser lucrativo, mas nos torna vulneráveis ao mercado externo ([Ricardo, Princípios da Economia Política e Tributação]).
3. Bateria da Produção (Nota: 8,7)
(Bateria: A capacidade produtiva do país)
A produtividade brasileira joga no modo fácil, enquanto concorrentes internacionais desbloqueiam o modo turbo. A indústria patina, enquanto a agropecuária continua sustentando a balança comercial (Valor Econômico). Hayek nos lembraria que um Estado ineficiente impede a inovação e deixa o Brasil com um desfile menos competitivo ([Hayek, O Caminho da Servidão]).
4. Comissão de Frente dos Investimentos (Nota: 8,4)
(Comissão de Frente: O papel dos investimentos na economia)
O investidor estrangeiro assiste ao desfile do Brasil, mas hesita em jogar confetes. O risco fiscal e a falta de previsibilidade afugentam capital, enquanto a infraestrutura segue no mesmo bloco desde a década passada (Le Monde). Milton Friedman nos lembraria que "não existe almoço grátis", e o Brasil ainda não aprendeu a atrair investimentos sem o preço da instabilidade ([Friedman, Free to Choose]).
5. Samba das Contas Públicas (Nota: 8,2)
(Samba-Enredo: O equilíbrio fiscal e a gestão dos gastos públicos)
O Brasil gasta como se tivesse vidas infinitas, mas a dívida pública já ultrapassou 90% do PIB (IPEA). O déficit cresce e a conta sempre sobra para o cidadão. Piketty alertaria que sem uma reforma tributária eficiente, a desigualdade só vai aumentar ([Piketty, O Capital no Século XXI]).
6. Fantasia do Emprego e Renda (Nota: 9,0)
(Fantasia: Qualidade do mercado de trabalho e crescimento da renda)
O desemprego caiu para 6,1% (IBGE), mas muitos empregos ainda são informais e mal remunerados. A renda média sobe, mas perde para o custo de vida.
Karl Marx diria que "o trabalhador brasileiro continua sem controle sobre sua própria vida econômica" ([Marx, O Capital]).
7. Alegorias do Setor Externo (Nota: 9,3)
(Alegorias: A posição do Brasil no comércio internacional)
O Brasil brilha na exportação de commodities, mas importa tecnologia, deixando sua economia desequilibrada. O câmbio volátil joga contra o setor produtivo (Valor Econômico). Adam Smith defenderia que a riqueza das nações se constrói com inovação, não só com exportação de soja e minério ([Smith, A Riqueza das Nações]).
8. Mestre-Sala e Porta-Bandeira da Confiança (Nota: 8,6)
(Mestre-Sala e Porta-Bandeira: A confiança dos investidores e consumidores)
Empresários e consumidores vivem em um eterno "espera para ver". Com dívidas elevadas e juros altos, a economia dança conforme o cenário político (Le Monde). Schumpeter nos lembraria que a inovação move o capitalismo, mas o Brasil parece estar dançando no mesmo compasso há décadas ([Schumpeter, Capitalismo, Socialismo e Democracia]).
9. Julgamento da Inflação e dos Juros (Nota: 8,3)
(Julgamento: O impacto da inflação e da taxa de juros na economia)
A inflação cedeu, mas os juros altos travam o consumo. O Banco Central luta para equilibrar o cenário, enquanto o país aguarda um alívio (Banco Central). John Stuart Mill diria que sem equilíbrio entre mercado e governo, ficamos presos em ciclos destrutivos ([Mill, Princípios de Economia Política]).
Entre o Crescimento e o Caos: O Brasil na Reta Final do Desfile
Se Keynes estivesse por aqui, talvez dissesse que o Brasil gasta muito na avenida, mas esquece de planejar o pós-carnaval. Hayek criticaria o excesso de intervenção estatal, enquanto Friedman lembraria que inflação e juros altos são o preço da desordem fiscal. Piketty apontaria que a desigualdade segue fantasiada de progresso, e Schumpeter se perguntaria quando o Brasil finalmente inovará, em vez de apenas repetir seu enredo.
A economia brasileira tem potencial para brilhar, mas precisa ajustar o ritmo. Afinal, como diria John Stuart Mill, “o verdadeiro progresso não está na velocidade, mas na direção correta”.
Agora, resta saber: o Brasil vai ensaiar melhor ou seguir tropeçando na própria fantasia?
Bons Investimentos!