Nada de novo para o mercado com essa taxa de juros já esperada após a questão do teto de gastos e inflação bem acima da meta.
A volatilidade vista recentemente no mercado brasileiro é compatível com a perda da âncora do teto de gastos.
O dólar subiu 3,5% na semana passada, fazendo do real a segunda pior moeda emergente no período, após o governo enviar ao Congresso a PEC dos precatórios com uma revisão da regra do teto de gastos para acomodar o novo programa social do governo, de R$ 400,00 por mês.
Além da deterioração fiscal em curso, pelo afrouxamento do “teto dos gastos”, temos também o IPCA-15 de outubro, o maior em 26 anos.
Ontem o mercado de câmbio acompanhou a queda do dólar no exterior à espera de um aumento de pelo menos 1,5 ponto porcentual na Selic.
O dólar ontem fechou em queda de 0,31%, a R$ 5,555 na venda, depois de oscilar entre altas e baixas no decorrer de um pregão instável, pouco antes de uma das mais aguardadas decisões de política monetária dos últimos tempos.
Após fechamento do mercado o Copom aumentou a Selic em 1,5 ponto percentual, de 6,25% para 7,75%. Foi a sexta alta seguida da taxa Selic e a mais forte deste ciclo de aperto monetário. O Banco Central atuou para frear a elevação da expectativa de inflação para 2022.
Novos prolongamentos das políticas fiscais de resposta à pandemia que pressionem a demanda agregada e piorem a trajetória fiscal podem elevar os prêmios de risco do país.
No cenário externo, o ambiente tem se tornado menos favorável e a reação dos bancos centrais frente à maior persistência da inflação deve levar a um cenário mais desafiador para economias emergentes.
E para hoje decisão da taxa de juros na Europa com declaração da política monetária do BCE, PIB trimestral e pedidos iniciais de seguro desemprego nos EUA.
Agora é ver a questão dos precatórios para acompanhar a reação no câmbio a mais essa situação desconfortável para o mercado.