Mesmo fechando longe das mínimas do dia, a R$ 5,1957, ontem foi mais um dia bom para o real. O dólar fechou vendido a R$ 5,2195. Foi um pregão volátil.
O real foi uma das divisas globais de melhor desempenho no dia, ainda embalado pelo atrativo juro oferecido pelo Brasil. A Selic em alta e agora em dois dígitos tem ajudado a atrair maior fluxo de dólares ao Brasil, o que ajuda a explicar a apreciação recente do real.
Continuam os temores de conflito entre Rússia e Ucrânia e vimos uma postura mais defensiva de forma geral nos mercados financeiros globais ao longo do dia. Mas a moeda brasileira mais uma vez venceu a pressão externa e o que falou mais alto foi nossa taxa de juros extremamente atrativa. O real agora é aposta de alta e o nível de confiança é o maior desde agosto do ano passado.
Por ora, a possibilidade de uma normalização mais rápida da política monetária americana, com altas sucessivas da taxa de juros nos EUA a partir de março, não abala o real.
O real lidera com folga os ganhos em 2022 entre seus principais rivais ao subir 6,78%, o equivalente a uma queda do dólar de 6,35%. Além do carry trade, deve se a isso também o potencial de alta para as commodities.
Para que este cenário se mantenha ou até melhore para o real, ou seja, um movimento mais expressivo de apreciação dependerá da diminuição das incertezas externas e domésticas. Não podemos esquecer a eleição presidencial.
No cenário global, a antecipação da elevação da taxa básica de juros americana (diante do aumento das pressões inflacionárias) é um fator importante e tem peso relevante na dinâmica do real.
Hoje a agenda é fraca: IGP-10 de fevereiro no Brasil e inflação ao produtor (IPP) de janeiro nos EUA, que é considerado um indicador do nível de preços.
Amanhã ata do FOMC. Bons negócios a todos!