Apesar de já estar precificado no câmbio o aumento de 0,5 p.p. de aumento na nossa taxa de juros, deu um certo alívio para o real ontem, alguns investidores realizaram posições e o câmbio do dólar à vista caiu e terminou o dia cotado em R$ 5,2228.
A decisão de elevar a Selic em 0,5 ponto porcentual, para 13,75% ao ano, estava amplamente precificada, mas o comunicado surpreendeu. O Copom veio mais “dovish”, o fato de o Banco Central estar olhando com maior atenção para o horizonte até o primeiro trimestre de 2024 sinaliza que o ciclo de alta da Selic pode ter terminado. O Copom se utilizou desse recurso como forma de suavizar o forte impacto inflacionário que a reversão das desonerações tributárias terão no primeiro trimestre do ano que vem.
Hoje o mercado volta as atenções para dados do mercado de trabalho dos EUA referentes a julho. O Fed tem buscado desacelerar a economia de maneira suave por meio de altas de juros que causem algum abrandamento no mercado de trabalho e descompressão na pressão inflacionária.
Ontem, a dirigente do Fed, Loretta Mester, reafirmou o compromisso em conter a inflação, mas notou que o ritmo da alta nos juros dependerá dos preços. Mester ainda defendeu juros "um pouco acima de 4%" como apropriados, no ciclo de aperto atual.
Existe alguma possibilidade de que o dólar possa subir se os dados dos EUA vierem fracos caso, mas somente se o mercado prever uma transição de pouso suave para pouso mais difícil que deflagre fluxos de refúgio para o dólar. Vamos acompanhar.
Para hoje teremos IGP-DI de julho aqui no Brasil e nos EUA o payroll de julho.
Bons negócios e ótimo final de semana a todos!