O Brasil venceu a Sérvia na estreia da Copa do Mundo do Qatar por 2 a 0 e vimos as pessoas vibrarem em torno de um objetivo em comum, algo que não acontecia há algum tempo. Enquanto o jogo rolava, o Ibovespa também não decepcionou. O índice subiu quase 3% acompanhado de queda na curva de juros e no dólar, que encerrou o dia em R$5,31.
O noticiário atribui este movimento à possibilidade de participação do economista Persio Arida no governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva ao lado de Fernando Haddad.
Outro ponto que parece ter contribuído para a melhora do humor do mercado diz respeito à mudança da estratégia do novo governo para a questão orçamentária, com uma medida provisória (MP) que prevê o Bolsa Família fora do teto de gastos em vez de uma proposta de emenda à constituição (PEC), de aprovação mais difícil no legislativo.
Ainda que avanços tenham acontecido, estamos distantes de um desfecho para essa história. A possível composição da equipe econômica parece ter agradado, mas a definição dos responsáveis pela nova política fiscal precisa acontecer logo para que os agentes econômicos possam vislumbrar um horizonte mais factível e montar as suas projeções a partir do projeto apresentado.
Outro ponto não menos importante diz respeito à fonte dos recursos. Vimos muitas críticas ao mercado nas últimas semanas por conta dos movimentos negativos após declarações do presidente eleito.
Neste ponto, a questão é relativamente simples. Quem ganha R$2 mil não pode gastar R$5 mil sem tomar novas dívidas que no futuro podem se tornar uma bola de neve fora de controle. A saída é cortar gastos ou conseguir recursos extras para o orçamento. Não há segredo nisso.
Como disse um gestor durante a semana em entrevista, “não existe um lado propriamente, o que existem são posições tomadas por fundos nas duas pontas de acordo com teses de investimentos”.
Além disso, diversas gestoras já alertaram para a necessidade de um ajuste fiscal da ordem de 1% a 2% do PIB em 2023 para a equalização da dívida pública, que é cara e curta. Fazer vista grossa para esta questão pode pressionar o dólar e trazer sérios problemas para o governo.
É esperar para ver.
Enquanto isso, do lado do investidor, vale lembrar sempre da importância da diversificação. Estudos mostram que o brasileiro de um modo geral investe muito pouco fora do país enquanto investidores individuais de economias desenvolvidas chegam a ter 30% do patrimônio em outras localidades.
É uma questão de oportunidade e de preservação de recursos conquistados ao longo de muitos anos de trabalho.
Se você tem pouco dinheiro, já existem opções no mercado que te permitem fazer esse balanceamento de uma maneira bastante satisfatória, com ativos de diferentes classes e países.
Para quem tem um volume financeiro maior, questões tributárias podem se tornar mais complexas e alguma ajuda pode ser necessária. A boa notícia é que também existem soluções e ferramentas que ajudam esse perfil de investidor. Só não faz quem não quer.
Bons negócios!