O preço do boi magro não para de subir.
Em 2014, em São Paulo, enquanto a categoria acumulou valorização de 39,7%, o boi gordo teve alta de 25,22%. A busca do confinador é tentar comprar pelo menor preço possível o animal de reposição.
Com o bezerro também valorizado, realizar a recria na fazenda para muitos não parece ser a melhor estratégia.
Quem fez isso em 2014, porém, acertou.
Segundo pesquisa da Scot Consultoria, o bezerro de desmama em São Paulo, em junho daquele ano, era negociado, em média, por R$990,00.
Se a este valor agregarmos a despesa de transporte e o custo com suplementação mineral, suplementação proteica, sanidade – necessários para que o animal atinja 360 quilos ao final do primeiro ano de fazenda (19 meses de idade) – e considerarmos os custos fixos iguais ao desembolso com arrendamento de pastagem, no final do período, em junho de 2015, o custo total ficaria em R$1,59 mil.
Em fevereiro, antes de começar o período de maior movimentação no mercado do boi magro, que ocorre no final do primeiro semestre, a referência para a categoria em São Paulo estava em R$1,9 mil, ou seja, já superava em 19,5% o custo estimado do pecuarista que está realizando a recria.
Entre janeiro e junho de 2014, o boi magro acumulou alta de 15,0%. Se em 2015, neste mesmo intervalo de tempo, a categoria tiver seus preços aumentados em 7,5%, metade do ocorrido no ano anterior, o confinador irá pagar R$2,0 mil/cabeça, 33,4% mais que o custo da recria.
Considerando que a aquisição do animal corresponde a aproximadamente 70% do custo total do confinamento, em noventa dias de cocho, com um custo diário de R$6,50 (dieta, operacional e sanidade), pagar um terço menos por este animal, representa uma redução de 16,0% no custo total da atividade. Tabela 2.
Para 2015, o pecuarista que adquirir bezerros da safra que está chegando e optar por fazer a recria, considerando os preços dos insumos hoje e mantendo os mesmo índices de ganho utilizados na tabela 1, deve ter um custo, após um ano de fazenda, próximo dos R$1,9 mil, praticamente o mesmo que se paga atualmente pelo boi magro.
É preciso planejamento. Medir custos, projetar resultados e acompanhar as projeções do mercado dirão qual a melhor estratégia para se preparar para o novo ciclo de confinamento.