Nesta análise, exploraremos as Operações de Mercado Aberto (OMOs) no contexto da última ata do Federal Open Market Committee (FOMC) dos Estados Unidos, destacando a importância crucial dessa ferramenta na condução da política monetária.
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"Utilização das OMOs de forma a controlar a Federal Funds Rate entre 5,25%-5,5%"
A Federal Funds Rate (FFR) é a taxa de juros de curto prazo da economia americana. Essa taxa é monitorada, moldada e delimitada pelo a partir das diretrizes de política monetária do Federal Reserve. A FFR é a taxa pelo qual os bancos comerciais contraem empréstimos e emprestam capital uns para os outros durante a noite, ou seja, é a taxa interbancária conhecida como "overnight". Há uma incompreensão acerca da FFR quando comparada com a SOFR (Secured Overnight Financing Rate), que é a sucessora da antiga LIBOR (London Interbank Offered Rate) nos Estados Unidos. Tanto a SOFR quanto a FFR são taxas interbancárias "overnight", onde a SOFR representa as taxas colateralizadas com títulos do Tesouro, enquanto a FFR não possui garantias colateralizadas.
Os Federal Funds Rate afetam a economia real de diversas formas, quando o Federal Reserve ajusta a FFR, ele busca, mediante um ferramental amplo de políticas monetárias, controlar a liquidez no sistema financeiro. Se o Federal Reserve aumenta a FFR, as taxas de juros em toda a economia tendem a acompanhar esse aumento, uma vez que essa taxa interbancária se torna a base para todas as outras taxas, pois ela, como "taxa base", é a taxa pela qual os bancos se voltam quando precisam de liquidez e servem de "benchmark" para todas as suas operações de crédito. Por isso, quando o Fed quer controlar a inflação, ele aumentará a FFR, tornando o crédito mais caro, e, consequentemente, arrefecendo a demanda agregada.
O processo de tradução do FFR na economia real envolve (além de outras ferramentas "auxiliares" de política monetária) as Operações de Mercado Aberto, ou, Open Market Operations (OMOs). Quando o Fed deseja aumentar a FFR no mercado, ele vende seus ativos no Open Market, e, consequentemente, retira liquidez do mercado. Os agentes econômicos, cientes dessa liquidez, tenderão a precificá-las no mercado creditício.
Outra forma do Federal Reserve manter a FFR no alvo estabelecido em suas diretrizes de política monetária, é o controle da IORB (Interest on Required Balances). O IORB é uma taxa de juros que o Federal Reserve paga aos bancos sobre os saldos mínimos exigidos por lei junto ao Fed. Essa taxa atua como um "incentivo" para os bancos manterem seus saldos com o Fed, e, em contrapartida, o banco central consegue ancorar o FFR através desses "pesos e contrapesos" de incentivos que o ferramental monetário o permite. Uma vez que o Fed aumenta o IORB, os bancos se arriscam menos no mercado creditício e deixam seu capital "represado" ao Fed, sendo remunerado de acordo com a taxa estabelecida. De forma mais simples, quanto maior for a quantia de capital junto ao banco central nas reservas bancárias, menos liquidez há na economia, isso torna os empréstimos mais caros. Dessa forma, o Federal Reserve consegue manter as taxas de mercado dentro da FFR.
Portanto, o Federal Reserve, neste trecho, reitera, dizendo que está apto para realizar operações de compra/venda de títulos do Tesouro e outros ativos de qualidade quando as taxas de mercado se afastarem da ancoragem estabelecida pelo FFR.