Após uma semana onde o foco foram as inflações e como isso tem se refletido nas diversas políticas monetárias mundo afora, terminamos com a decisão de juros do Banco Central Europeu, o BCE e o desafio de encerrar uma política de estímulos.
Por diversas ocasiões recentes, membros do BCE emitiram declarações conflitantes acerca do futuro da política monetária, em especial no que cerne a retirada dos estímulos e elevação de juros.
Todavia, aquilo que os bancos centrais das economias desenvolvidas tanto almejam, ou seja, uma descompressão natural dos índices inflacionários não aconteceu e dificilmente acontecerá, sem a mudança de postura das autoridades.
Para alguns membros do BCE, a invasão russa à Ucrânia teria caráter desinflacionário, dado o possível impacto na atividade econômica da região, em especial pela ausência de um fluxo constante de petróleo e gás russo.
A realidade, no entanto, é de uma pressão de preços ainda maior, tendo reflexo também nos alimentos, com trigo e milho e demonstrando a fragilidade do conjunto europeu em face à dependência da Rússia, como alertou inclusive o presidente Trump em 2018, somente para ser ridicularizado pelos alemães, hoje sofrendo com o evento.
O que se esperada do BCE hoje são os sinais, pois já é claro que nada tende a ocorrer em termos de elevação de juros, ou mesmo retirada dos estímulos ainda vigentes, sob o argumento da necessidade de manutenção, dada a situação do emprego.
Localmente, o mercado continua a receber o fluxo de capital estrangeiro, orbitando entre os diversos ativos mais líquidos disponíveis no mercado e demonstrando que, ainda que em menor intensidade, o espaço para o crescimento dos ativos locais permanece.
Dos investidores que mantemos contato, o sinal de que a próxima elevação de juros incremente ainda mais o rendimento em renda fixa desviou um pouco a intenção de diversificação dos ativos locais, especialmente após o sinal de ‘surpresa’ do Banco Central com a inflação.
Em resumo, continuam por aqui.
Além do BCE, atenção hoje às vendas ao varejo nos EUA, preços de importados, estoques, pedidos de auxílio desemprego e os resultados de Wells Fargo (NYSE:WFC), Goldman Sachs (NYSE:GS), Morgan Stanley (NYSE:MS) e Citigroup (NYSE:C), especialmente após o resultado do JP mais fraco.
Os sinais macro estão positivos, vamos ver agora os microeconômicos.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, com foco dos na decisão de juros na Europa, dados nos EUA e balanços.
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos, por sinais de ajuda do governo chinês à economia.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, queda, exceção ao cobre e paládio.
O petróleo abre em queda em Londres e Nova York, com sinais do aumento de estoques globais.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -1,01%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 4,6911 / 0,34 %
Euro / Dólar : US$ 1,09 / 0,248%
Dólar / Yen : ¥ 125,40 / -0,207%
Libra / Dólar : US$ 1,31 / 0,160%
Dólar Fut. (1 m) : 4703,04 / 0,09 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 23: 13,07 % aa (-0,15%)
DI - Janeiro 24: 12,70 % aa (0,16%)
DI - Janeiro 26: 11,78 % aa (0,13%)
DI - Janeiro 27: 11,72 % aa (0,13%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: 0,5468% / 116.782 pontos
Dow Jones: 1,0059% / 34.565 pontos
Nasdaq: 2,0343% / 13.644 pontos
Nikkei: 1,22% / 27.172 pontos
Hang Seng: 0,67% / 21.518 pontos
ASX 200: 0,59% / 7.523 pontos
ABERTURA
DAX: 0,147% / 14097,12 pontos
CAC 40: 0,569% / 6579,33 pontos
FTSE: 0,022% / 7582,50 pontos
Ibov. Fut.: 0,40% / 118812,00 pontos
S&P Fut.: -0,01% / 4441,75 pontos
Nasdaq Fut.: 0,111% / 14228,75 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,20% / 130,75 ptos
Petróleo WTI: -1,46% / $102,73
Petróleo Brent: -1,31% / $107,31
Ouro: -0,43% / $1.968,36
Minério de Ferro: -1,35% / $154,67
Soja: 0,79% / $1.686,75
Milho: 0,51% / $785,50
Café: 0,89% / $227,35
Açúcar: 0,55% / $20,30