Não foi o PPI mais forte que dominou o cenário ontem e criou um breve alívio – pouco acompanhado pelo mercado local - durante a sessão, mas a fala de membros do Fed que reforçam a elevação de 75 bp como o padrão para a próxima reunião.
Este foi um recado semelhante àquele emitido no Brasil neste ano, quando um IPCA mais forte levou a revisões mais intensas do aperto monetário e o Banco Central veio a público reforçar que dados de alta frequência não devem ser usados para justificar um movimento extremo de juros.
O recado foi semelhante emitido ontem, quando Waller e Bullard vieram a público, para deixar claro que 75 bp é o cenário base e que levaria a taxa americana praticamente à zona de neutralidade, reduzindo as especulações alimentadas com ambos os índices inflacionários mais fortes.
É difícil prever o pico da inflação americana, afinal os elementos que a alimentam vão além dos eventos globais com potencial catalisador, como a invasão russa à Ucrânia, a qual já perdeu boa parte das pressões e os lockdowns na China.
Ainda assim, há sinais de picos de preços em diversas commodities; a redução do balanço tem potencial forte de elevação dos custos de crédito, tirando o peso do crescimento do setor imobiliário; e o que falta, no fim, é “parar a melhora” no mercado de trabalho.
Para o Brasil, a redução de pressões sobre a taxa americana, consequentemente sobre o dólar pode se unir à menor pressão inflacionária já observada, à redução de impostos sob itens essenciais para que o Banco Central finalmente sinalize o fim do aperto, após uma provável elevação de 25 bp na próxima reunião.
Todavia, a volatilidade continua e não deve aliviar tão em breve, afinal, um dos artífices da saída desta crise, a China, emite sinais confusos de retomada da atividade em meio à insistência na falida política de Covid Zero, por questões aparentemente eleitorais e as consequências foram vistas no PIB esta noite.
Ali se vê que o passado sofreu mais do que se esperava em meio a tais restrições, enquanto o presente viu de perto o resultado das reaberturas, nas vendas ao varejo, produção industrial e desemprego, ou seja, o problema ainda é Xi JinPing.
Atenção hoje às vendas ao varejo, produção industrial, estoques dos negócios, preços de importados e exportados, todos nos EUA.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, na expectativa por balanços de bancos Wells Fargo (NYSE:WFC) e CitiGroup, após JPMorgan (NYSE:JPM) e Morgan Stanley (NYSE:MS).
Em Ásia-Pacífico, mercados mistos, com os resultados confusos da economia chinesa, com PIB ruim, porém dados marginais positivos.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, destaque ao cobre e ao minério de ferro.
O petróleo abre em alta em Londres e alta em Nova York, após semanas de perdas.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de 0,00%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,4248 / 0,60 %
Euro / Dólar : US$ 1,00 / 0,230%
Dólar / Yen : ¥ 138,70 / -0,187%
Libra / Dólar : US$ 1,18 / 0,076%
Dólar Fut. (1 m) : 5460,97 / 0,93 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Junho 23: 14,11 % aa (0,81%)
DI - Janeiro 24: 13,88 % aa (0,76%)
DI - Janeiro 26: 13,02 % aa (0,89%)
DI - Janeiro 27: 13,00 % aa (0,62%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -1,7984% / 96.121 pontos
Dow Jones: -0,4635% / 30.630 pontos
Nasdaq: 0,0321% / 11.251 pontos
Nikkei: 0,54% / 26.788 pontos
Hang Seng: -2,19% / 20.298 pontos
ASX 200: -0,68% / 6.606 pontos
ABERTURA
DAX: 1,559% / 12714,86 pontos
CAC 40: 0,502% / 5945,09 pontos
FTSE: 0,661% / 7086,37 pontos
Ibov. Fut.: -1,92% / 97030,00 pontos
S&P Fut.: 0,25% / 3802,75 pontos
Nasdaq Fut.: 0,223% / 11823,25 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,05% / 111,66 ptos
Petróleo WTI: 0,21% / $95,98
Petróleo Brent: 0,58% / $99,67
Ouro: -0,46% / $1.701,75
Minério de Ferro: -3,78% / $96,45
Soja: 0,17% / $1.474,25
Milho: 0,41% / $607,50
Café: -5,70% / $199,20
Açúcar: 0,11% / $18,97