Semana novamente com o mercado “lateralizado” tanto no câmbio quanto em Nova Iorque. O Real oscilou entre a máxima na terça-feira @ 5,4090 R$/US$ e mínima na sexta-feira @ 5,2594 R$/US$ fechando a semana @ 5.3334 R$/US$. O café oscilou respeitando a forte resistência da média móvel dos 50 dias @ 137,10 centavos de dólar por libra-peso e o importante suporte da média móvel dos 200 dias @ 128,30 centavos de dólar por libra-peso. Na terça-feira o vencimento Dez-20 registrou a amplitude da semana em 720 pontos, negociando entre a máxima e a mínima respectivamente @ 134,40-127,20 centavos de dólar por libra-peso, fechando a semana @ 132,45 centavos de dólar por libra-peso.
Com os juros americanos, da zona do euro e Japão próximos de zero alguns analistas estão “especulando” que os fundos e investidores “vão ser obrigados” a tomar posições em ativos de risco, ações, e commodities agrícolas/minerais para conseguir rentabilidade para seus clientes. Junto a essa busca por rentabilidade segue a expectativa para o US$ seguir desvalorizando contra o Euro e demais moedas mundiais ajudando a fortalecer essa teoria.
No café os fundos voltaram a comprar e agora estão comprados em aproximadamente + 37.000 lotes.
Nesta primeira quinzena do mês a falta de chuvas em algumas regiões no Estado do Paraná, Sul de Minas e regiões produtoras do Estado de São Paulo, Bahia e Rondônia começou a gerar preocupações no mercado com o desenvolvimento da próxima safra 21/22. A florada ocorreu em várias regiões e se não chover até o final do mês o risco de quebra poderá se acentuar.
Por outro lado, do lado “baixista” estamos recebendo informações onde várias cooperativas/armazéns nos Estados de São Paulo e Minas Gerais estão com problemas de espaço restringindo novas compras e recebendo apenas o produto de cooperados. A falta de containers começa a afetar e encarecer os custos logísticos, além de restringir o fluxo das exportações. Compradores também estão tentando comprar com prazo para pagar entre 30-45 dias pois, como sabemos, alguns grandes bancos começaram a restringir as operações nos mercados agrícolas afetando as linhas de crédito. Produtores seguem buscando preços acima dos 650-700 R$/saca (algumas “moscas brancas” estão aparecendo com negócios sendo realizados entre 525-570 R$/saca para pagamento imediato em função da necessidade de caixa).
As principais tradings e cooperativas ficaram fora do mercado, realizando negócios pontuais para cobrir necessidade spot. Os mesmos seguem muito preocupados temendo o risco de eventual calote da entrega do produto por parte de alguns produtores (vários negócios foram realizados no primeiro semestre para “entrega futura” entre 450-500 R$/saca e agora alguns produtores desleais estão procurando revender seus produtos a 600/650 R$/saca). Enquanto essa situação não for resolvida, mesmo se as cotações em Nova Iorque subirem para os 150 centavos de dólar por libra-peso possivelmente vários produtores não terão condições em aproveitar essas altas em função da falta de liquidez, interesse por parte das tradings!
Junto com esses problemas logísticos/comerciais começam especulações referente a redução da demanda nos principais destinos em função do aumento do preço (como falamos no relatório passado o café subiu +30% nos últimos 2 meses) e reflexo do desemprego e reflexos da crise econômica em função da pandemia.
Clima segue positivo nas outras partes do mundo ajudando no desenvolvimento das lavouras, sem grande risco de quebra por enquanto na América Central e Colômbia.
Se o suporte da média móvel dos 200 dias romper poderemos ver o Dez-20 negociar abaixo dos 115 centavos de dólar por libra-peso. Se a resistência dos 50 dias romper poderemos ver os fundos aumentarem a posição para +40/45.000 lotes e as cotações para próximo dos 145/150 centavos de dólar por libra-peso. Fiquem atentos acompanhando os indicadores pois sabemos que em um “mercado normal” o correto seria a média móvel dos 50 dias trabalhar abaixo da média móvel dos 100 dias e abaixo da média móvel dos 200 dias!
Desta forma, como mercado seguiu consolidando na semana, repetimos as mesmas recomendações da semana passada, como segue:
Para os que estiverem com risco de chamada de margem no curto prazo seguimos indicando a compra de Call-Spread 135-150 centavos de dólar por libra-peso no Dez-20.
Para safra 21/22, no Set-21, seguir na compra de Put-Spread em escala de alta de 135 x 105 centavos de dólar por libra-peso vendendo a Call de 150 centavos de dólar por libra-peso próximo do “custo zero” (ou deixar em aberto a venda da Call para só vende-la quando o mercado estiver próximo dos novos highs)! E junto com a compra do Put-Spread não esquecer de fixar o R$ futuro.
– Como sempre, atenção com as operações alavancadas, com os acumuladores, com as estruturas que “aparecem/desaparecem/dobram” tanto para PRODUTO quanto para CÂMBIO, pois nessas horas costumam surgir as “operações com probabilidades mínimas de acontecer”!!
Uma excelente semana a todos!