Nossa absoluta convicção é de que neste mês de junho o mercado financeiro nos seus segmentos mais visíveis, câmbio e Bovespa e também juros, restabelecerão efetiva simetria com os fundamentos sustentáveis, afastando-se da formação de preços ancorados mais na emoção do que na razão, cercados de muitas incertezas, já que o novo cenário prospectivo projeta a viabilidade da aprovação da Reforma da Previdência, evento de fundamental importância para que o país retome o otimismo e perspectivas favoráveis.
A Reforma da Previdência é fundamental para atenuar, já que não é bastante por si, a grave situação fiscal do país, e o alinhamento na trajetória de aprovação mitiga os riscos que eram os pontos mais imediatos para o agravamento do risco Brasil.
Sem solução fiscal e perspectivas para novas reformas o risco maior era a capacidade de solvência do Tesouro e esta situação criava insegurança que tem afetado a taxa de juros e generalizava o efeito negativo no âmbito do mercado financeiro.
Da mesma forma, por ser fundamental para criar perspectivas de retomada da atividade econômica tem efeito imediato sobre as projeções para a Bovespa, que tem como base de suporte do seu desempenho o desenvolvimento econômico do país, ensejando que gradualmente retornem ao país os investidores estrangeiros e os nacionais para o mercado acionário.
Mas não só isto, pode efetivamente motivar os investimentos estrangeiros e nacionais, estes privados e públicos, na infraestrutura e no setor produtivo, incrementando o mercado de trabalho, o emprego, a renda e o consumo, e na ponta final, dinamizando a arrecadação fiscal do governo.
E o dólar, que foi fonte inspiradora para os estrangeiros desenvolverem uma inconsequente especulação na formação do seu preço no mercado de câmbio futuro, consubstanciado num cenário prospectivo imaginário de caos, vai “devolver” toda a margem inconsequente agregada ao seu preço reconduzindo o seu preço ao patamar de R$ 3,75 a R$ 3,80.
Costumamos afirmar que há como um menosprezo na consideração de que o país é solidamente defeso na questão cambial, por isso ocorre a irracional especulação na formação do preço a partir do mercado futuro de dólar, com a prevalência quase absoluta dos investidores estrangeiros que detêm as posições compradas, enquanto na ponta inversa, portando detentores de posições vendidas, estão os bancos que desde o início do ano, tanto como nosso ponto de vista, sinalizam projeção para o preço da moeda americana ao final do ano em R$ 3,80, expressada no Boletim FOCUS, semana após semana, e que devem realizar polpudos ganhos.
Não se deve menosprezar um país em desenvolvimento com reservas cambiais da ordem de US$ 380,0 Bi, tendo efetiva necessidade da metade deste montante, e dispondo a autoridade monetária, o Banco Central do Brasil, de um arsenal operacional absolutamente apto a prover de liquidez imediata, tanto o mercado de câmbio à vista quanto o mercado de câmbio futuro.
E, mais irracional ainda o movimento especulativo desencadeado principalmente por investidores estrangeiros quando se verifica que não houve qualquer sinal de fuga de capitais do país.
Não houve ingresso é verdade, mas isto a partir deste mês de junho deve acentuar de forma gradativa o movimento direcionado principalmente a Bovespa, mas sem perder de vista a renda fixa enquanto o COPOM não reduzir a SELIC, o que é bastante factível tão logo aprovada a Reforma da Previdência efetivamente, já que o IPCA está com projeções cadentes para este ano, segundo o mais recente Boletim Focus.
Enfim, parece que “há luz no fim do túnel” e não será pouca, o Brasil está evidenciando mudança de ânimos no campo político e jurídico e isto pode contrair os embates ideológicos que tem sido instigantes, levando ao plano secundário o que é o principal, numa nefasta inversão de valores.
O país já perdeu cinco relevantes meses, agora precisará de intensa dinâmica para atenuar as perdas ocorridas e restabelecer-se como viável.