A eleição dos novos presidentes do Senado e da Câmara sugere distensão no trato dos assuntos mais relevantes na área política e que pareciam represados, em especial por parte da Câmara, e criam perspectivas teóricas de que, doravante, possa ocorrer os avanços nas questões centrais das necessidades do país, que passa pelas reformas fundamentais e privatizações.
Contudo, o otimismo interno não foi rigorosamente a causa do comportamento do mercado financeiro local ontem, com registro de alta na Bovespa que demonstrou fraca sustentabilidade e queda no dólar, visto que este comportamento foi amplo no mercado global e das moedas emergentes.
Evidentemente, há, agora, um sério desafio posto ao governo que tanto se empenhou nas eleições dos novos integrantes das Presidências, terá que provar que o antigo presidente da Câmara era efetivamente o opositor dos avanços e não a inércia e baixa capacidade de articulação do próprio governo.
Este é um risco político acentuado e, se agora os avanços não deslancharem, não existirá a “vidraça” do Maia para atribuir-lhe as responsabilidades, e o desgaste poderá ser drástico.
Há certo ceticismo, curiosidade mesmo, sobre como os candidatos eleitos vão viabilizar suas promessas de restabelecimento dos programas assistenciais do governo, considerando que o cenário se mostra desfavorável a este fato, e, o governo tem sinalizado extrema dificuldade para aventar essa possibilidade.
Contudo, há muito a observar, pois certamente muitas coisas vão se alterar na convivência política entre os Poderes Executivo e Legislativo, havendo quem não descarte o retorno de velhas práticas até recentemente renegadas pelo Presidente.
O fato é que a pandemia continua sendo uma incógnita para a dinâmica da retomada da atividade econômica no país, e a vacinação se desenvolve em ritmo aquém das expectativas, e este problema suga “energias” do país, e, isto compromete as expectativas, e a renovação nas presidências do Congresso enseja expectativas muito imediatas a respeito, que, contudo, se não se confirmarem podem causar desalento.
O desafio para o Brasil é muito grande, há muito por ser feito e na grande maioria não há meios.
O país sinaliza perda de investimentos estrangeiros produtivos com a retirada de grandes marcas, urge que faça a reforma tributária, mas na realidade o país tem um quadro fiscal muito vulnerável e poucas alternativas para recompor o equilíbrio.
A reação de ontem teve pouco de repercussão com fatores internos e mais do mercado internacional.
É tudo um noviciado, mas acreditamos que as expectativas de mudanças são muito imediatistas, e precisam ser, há pouco tempo para que sejam destravadas todas as matérias relevantes que permaneceram represadas.
A teoria sugere que possa haver melhoras nas perspectivas, mas ainda predomina o sentimento de que é possível piorar muito antes de melhorar, em especial no aumento da pobreza e do desemprego.
O Ibovespa para ter punch para deslanchar precisa de perspectivas sustentáveis, e isto não há no momento, e o dólar para ter uma melhor formação de preço não impactante na inflação precisa de juro maior na economia.
Por enquanto, é observar! O imediatismo poderá ser frustrante!