Quarta queda seguida da nossa Bolsa de Valores, desta vez, acompanhando os temores de que o Federal Reserve possa tomar uma atitude mais severa quanto aos juros americanos, em meio à inflação que não dá sinal de alívio.
Alguns membros do Fed, notadamente com viés mais hawkish, ou seja, de alta de juros estão advogando pela normalização dos juros já no próximo ano, com ao menos duas elevações de taxa a partir de setembro.
Como no atual contexto, tais membros ‘estão com a razão’, o mercado se galga neste fato para acreditar que a tendência é exatamente esta e a normalização de juros deva começar em menos de um ano.
Conforme citamos aqui ontem, tal processo pode ser bem menos traumático do que as perspectivas de curto prazo têm indicado, em especial devido ao tempo que o processo pode levar para ser concluído e como isso de certa forma alivia tudo e deve aliviar ainda mais, caso Biden escolha a megadovish Lael Brainard ao Fed, para substituir Powell.
Além disso, a excessiva liquidez de 13 anos de estímulos contínuos mudou drasticamente as características dos investimentos globais, mais compelidos ao risco e mesmo com a retirada de tal liquidez, a mudança para a busca por rendimentos sensivelmente baixos, porém seguros não será imediata.
Ainda assim, no curto prazo os mercados, em especial os emergentes sofrem a temeridade de um dólar mais alto e de juros mais atraentes nos EUA, como demonstrado nas reações dos ativos ontem.
Localmente, as discussões em congresso para aprovação da PEC dos precatórios seguem em um aparente ciclo de normalidade, apesar das tensões criadas com ‘pérolas’ como o aumento de salários de servidores, como citado pelo presidente Bolsonaro e rechaçado pela equipe econômica e pelo presidente da câmara.
Apesar do noticioso político negativo e exceto pela inflação, o econômico mantém premissas que desafiam o mau-humor do mercado, com o Tesouro praticamente garantindo todos os vencimentos de títulos de 2022, indicadores antecedentes de atividade mostrando que podemos ter um natal bom para o varejo, chuvas continuam a encher reservatórios, uma serie de custos ao atacado caindo a alta taxa de vacinação pode garantir que não tenhamos uma nova onda pandêmica, como assusta a Europa.
Agora o restante, precisa ‘combinar com os russos (classe política)’.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, com novos lockdowns na Europa e inflação ao atacado disparando na Alemanha.
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos, com exceção de Hong Kong, em queda devido aos resultados de Ali Baba.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, destaque ao cobre e ao minério de ferro.
O petróleo abre queda em Londres e Nova York, com EUA coordenando com grandes consumidores de petróleo, como China e Japão, a liberação de reservas estratégicas para forçar preços mais baixos.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 5,12%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,5663 / 0,76 %
Euro / Dólar : US$ 1,13 / -0,721%
Dólar / Yen : ¥ 113,88 / -0,333%
Libra / Dólar : US$ 1,34 / -0,608%
Dólar Fut. (1 m) : 5583,35 / 0,73 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 22: 11,28 % aa (1,03%)
DI - Janeiro 23: 12,17 % aa (1,21%)
DI - Janeiro 25: 12,09 % aa (0,83%)
DI - Janeiro 27: 11,96 % aa (0,50%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -0,5074% / 102.426 pontos
Dow Jones: -0,1673% / 35.871 pontos
Nasdaq: 0,4531% / 15.994 pontos
Nikkei: 0,50% / 29.746 pontos
Hang Seng: -1,07% / 25.050 pontos
ASX 200: 0,24% / 7.397 pontos
ABERTURA
DAX: -0,313% / 16170,90 pontos
CAC 40: -0,544% / 7103,12 pontos
FTSE: -0,088% / 7249,76 pontos
Ibov. Fut.: -0,53% / 102978,00 pontos
S&P Fut.: -0,17% / 4693,5 pontos
Nasdaq Fut.: 0,305% / 16530,50 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,34% / 102,21 ptos
Petróleo WTI: -1,68% / $77,68
Petróleo Brent: -1,17% / $80,35
Ouro: 0,25% / $1.863,90
Minério de Ferro: 2,20% / $92,01
Soja: -0,26% / $1.260,75
Milho: -0,31% / $570,75
Café: -0,33% / $228,20
Açúcar: -0,35% / $20,12