Os temores de recessão, inflados por uma série de dados mais fracos da atividade manufatureira em economias centrais fizeram o dólar operar sem sentido definido e muito volátil ontem. Para terem ideia, a mínima do dia foi R$ 5,1276 e a máxima R$ 5,2055. Mas, no final dos negócios, o dólar à vista fechou cotado em R$ 5,1772.
As expectativas de uma possível pausa no ciclo de aperto do Federal Reserve (Fed) levaram os investidores a voltar para ativos mais arriscados como o real e deram um fôlego para nossa moeda. Que, aliás, tem sido uma das que mais sofre impacto de qualquer sinal no exterior, seja bom ou ruim.
Por aqui,as atenções estão voltadas para a taxa de juros, o Banco Central amanhã deverá anunciar aumento da Selic em 0,50 ponto percentual, para 13,75% ao ano. Há avaliações de que o Bacen pode reforçar sinais de que o ciclo de aperto monetário está próximo do fim, embora seja bom lembrar que existe uma piora nas expectativas inflacionárias para 2023. Mas isso ocorrerá após o fechamento do mercado, ou seja, vamos ver a realização só na quinta feira.
Vai ser importante para o mercado o tom da ata desta reunião de política monetária no Brasil pois como fomos o primeiro Banco Central a subir os juros também pode ser que na ata venha alguma sinalização sobre parar de fornecer impulsos 'hawkish' (na direção de alta de juros) à moeda. Bem capaz que esta alta de juros de amanhã seja a última deste ciclo.
Com certeza, após a alta da Selic, os juros locais de curto prazo ficarão ainda mais atraentes, mas não é só o carry trade que pesa no câmbio…
Nossa moeda tem sido impactada por tensões geopolíticas externas (guerra na Ucrânia), por ruídos de recessão nos EUA e pela China e os preços das commodities.
Vamos acompanhar todas as notícias e ver qual será a direção do câmbio por aqui.
Existe também uma situação que está pesando aqui, o custo da dívida pública vai aumentar em pelo menos mais R$ 63 bilhões em 2023 com a elevação dos juros incidentes sobre a dívida devido à maior desconfiança na política fiscal brasileira desde maio. Veremos como será essa conta, porque a arrecadação também está bem alta.
Para hoje, teremos aqui a produção industrial de junho. Nos EUA, as ofertas de emprego de junho e discurso de Evans, presidente do Fed de Chicago.
Bons negócios, turma!