A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OECD, sigla em inglês), em parceria com a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, sigla em inglês), divulgou seu relatório anual sobre as perspectivas para as principais commodities agrícolas na próxima década.
Com base nesse relatório, fizemos um balanço dos principais pontos sobre a oferta, demanda e preço das carnes para o período.
Oferta
No quesito produção, OECD e FAO acreditam que os altos e sustentados preços das carnes no mercado internacional promoverão um estímulo à produção nos próximos dez anos. Isto deverá ocorrer para todas as carnes analisadas.
Apesar disso, este aumento será limitado pela concorrência com outras atividades agropecuárias e a escassez de investimentos em infraestrutura – principalmente nos países emergentes.
Veja o avanço detalhado da produção na figura 1.
O aumento de produção virá, em grande parte (77% do total), dos países em desenvolvimento. Dentre as carnes, a de frango liderará o avanço produtivo.
O crescimento médio anual na produção das carnes de frango, bovina e suína será de 2,2%, 1,8% e 1,4%, respectivamente.
Neste sentido não houve grande alteração em relação ao projetado no ano passado.
Porém, o aumento de produção para a carne de frango nos países em desenvolvimento, que já era o maior dentre as carnes analisadas, foi revisado para cima.
A atual projeção é de que o aumento na oferta de carne de frango dos países em desenvolvimento representará 47,0% do aumento total de produção neste grupo de países. No âmbito mundial, o incremento na produção de carne de frango representará 47,7% do aumento total para o período.
Até o fim do período das projeções - em 2021, a carne de frango será a mais produzida mundialmente, desbancando a carne suína, atual ocupante desta posição.
Demanda
Na previsão de demanda, o incremento para a próxima década virá, da mesma forma que para a produção, dos países emergentes.
Destaque para a Ásia e América Latina, que serão responsáveis por 74% do incremento na demanda por carnes. Figura 2.
O crescimento da economia e a crescente urbanização deste grupo de países será o principal vetor do aumento da demanda.
Em relação às últimas projeções esta participação está praticamente estável, mas destacamos a redução de um ponto percentual da fatia destinada à Europa.
Para os países desenvolvidos, fatores como o já elevado nível de consumo, praticamente saturado, menor taxa de crescimento da população e problemas relacionados à renda tendem a atuar negativamente sobre o consumo ao longo do período analisado.
A carne de frango será a mais consumida mundialmente, sendo o preço mais baixo o principal motivo.
Para os em desenvolvimento, estima-se que o incremento na demanda será dividido em 62% para a carne de frango, 19% para a suína, 13% para a bovina e 6% para a ovina.