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Netflix vs. Disney: Qual dessas Empresas É a Mais Promissora Neste momento?

Publicado 25.06.2020, 08:22
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Logo depois de a pandemia de Covid-19 ter colocado a economia mundial de joelhos, duas das maiores empresas mundiais de mídia, a Netflix (NASDAQ:NFLX) e a Walt Disney Company (NYSE:DIS), viram-se em caminhos opostos.

Enquanto as ordens para ficar em casa impulsionaram a demanda de serviços de streaming de vídeo da Netflix, o vírus atingiu o império mais diversificado da Disney de forma mais dura. Seus parques temáticos foram fechados, os lançamentos de filmes, adiados, e os eventos esportivos cancelados nas redes de TV da companhia.

Passados quatro meses de pandemia, talvez seja um bom momento para avaliar qual ação de mídia oferece uma melhor proposta de risco-retorno para os investidores que buscam um ponto de entrada mais favorável. Vamos dar uma olhada mais de perto em cada uma delas.

Netflix: trajetória de alta continua

A Netflix tem sido uma das ações com desempenho mais forte em 2020, disparando à medida que a pandemia mantinha as pessoas em casa, impulsionando a demanda de seus serviços de streaming.

NFLX Semanal 2017-2020

O papel disparou 56% desde a mínima de 16 de março. Atingiu a máxima histórica intradiária de US$ 474,01 na terça-feira (23), mas acabou cedendo 2,5% na quarta-feira, fechando em queda de 1,80%, a US$ 457,85, em meio ao sell-off generalizado do mercado.

O tamanho e a velocidade do recente avanço da Netflix fez com que muitos investidores se perguntassem se ainda havia espaço para subir mais. A resposta é: depende da rapidez com que a Netflix vai conseguir traduzir os ganhos do isolamento social em números concretos.

Nesse sentido, as últimas projeções da empresa transmitiram uma mensagem mista, deixando espaço para uma surpresa negativa.

“Assim como outros serviços de entretenimento doméstico, estamos vendo uma taxa de visualização mais alta e um crescimento maior de membros”, afirmou a companhia em uma carta a investidores ao fina de abril, quando foram divulgados os resultados do 1T .

“Nossa expectativa é que a visualização tenha um declínio e o crescimento do número de membros desacelere assim que o confinamento doméstico acabar”.

Ao adicionar o recorde de 15,8 milhões de assinantes no último trimestre, a Netflix mostrou que é a primeira escolha de bilhões de pessoas presas em casa, muitas das quais ficaram maratonando programas originais da Netflix, como “Máfia dos Tigres” e “Casamentos às Cegas” para enfrentar a quarentena.

Tudo isso, em nossa visão, já está totalmente precificado. Acreditamos, portanto, que o rali do papel pode ter uma pausa, à medida que os investidores esperam para ver se os assinantes mantêm suas conexões mesmo com a reabertura da economia em muitos estados americanos.

Disney: território desconhecido

Ao contrário da Netflix, a Disney está em meio a uma forte queda. Seus negócios – que se beneficiam de experiências compartilhadas em grupo – estão sofrendo depois que a disseminação mundial da Covid-19 forçou o fechamento dos seus parques temáticos, resorts, cinemas e cruzeiros ao redor do planeta.

Poucas empresas de entretenimento estão tão expostas aos efeitos da pandemia como a Disney. A maior empresa de entretenimento do mundo não só fechou seus parques temáticos, como suas receitas de bilheteria desaparecem com os cinemas fechados.

DIS Semanal 2017-2020

Em razão de tudo isso, o desempenho das ações da Disney depende muito da rapidez com que a pandemia será contida. Infelizmente, as notícias nesse quesito não são nada boas. Os dados sugerem que a Flórida e a Califórnia – onde estão localizados os parques temáticos da Disney – estão tendo uma disparada de casos de coronavírus. Esses estados registraram recordes diários de novos casos ontem, enquanto Houston declarou que seus leitos de UTI já estão 97% ocupados.

De fato, ao final do dia de ontem, a Disney anunciou que atrasaria a reabertura dos seus resorts e parques temáticos na Flórida e na Califórnia, que deveriam voltar a operar em 17 de julho. As novas datas de reabertura ainda não foram divulgadas.

As ações da Disney fecharam em queda de 3,88% ontem, a US$ 112,07. A ação perdeu um quarto do seu valor até agora no ano.

Nessa situação desalentadora, com o futuro repleto de incertezas, é difícil se animar com os papéis da Disney. Um fator positivo nessa perspectiva pessimista: o serviço de streaming de vídeo Disney+ que a empresa lançou recentemente.

Impulsionado pelas ordens para ficar em casa, o serviço está crescendo rapidamente. Ele conseguiu atrair mais de 56 milhões de assinantes desde seu lançamento em novembro. Embora ainda queime caixa, o Disney+ está em crescendo forte e pode se tornar uma das principais unidades de geração de receita da companhia no mundo pós-pandemia.

Resumo

Com a ação da Netflix precificando totalmente o impacto dos ventos favoráveis da pandemia e diante da incerteza com a lucratividade da Disney no futuro próximo em razão dos efeitos do coronavírus nos EUA e no mundo, ambas as ações não parecem oferecer bom potencial de alta no curto prazo.

Dito isso, acreditamos que as ações da Disney são interessantes para investidores de longo prazo, que acreditam que o vírus será vencido e os ativos de entretenimento da companhia não ficarão parados por muito tempo. Esses investidores podem aproveitar um bom ponto de entrada com a aceleração do sell-off atual.

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