Neste último pregão pré-eleição, seguimos com volatilidade. Temor do mercado financeiro agora é se o resultado que for vencedor nas urnas será de fato implementado. As pessoas querem virar a página da incerteza eleitoral e começar a discutir outros temas.
Há propostas diferentes entre os candidatos, uma é vista pelo mercado como um pouco mais intervencionista, a outra um pouco mais liberal. A grande diferença é a questão do potencial de privatização e do tamanho do Estado como um todo. O mercado enxerga que o Bolsonaro tem uma tendência maior a privatização do que o Lula. Mas o que o mercado espera é que independente de quem vença as eleições no domingo a volatilidade finalmente dê um tempo para o mercado de câmbio.
Lá fora, desde a última reunião do Fed, tivemos uma sequência de dados de atividade e inflação que forçam a necessidade de continuação do aperto nos juros. Portanto, acredito que uma elevação de 75 bps deve ser a decisão mais provável na reunião de novembro. A grande questão é o ritmo e o tom dos ajustes uma vez que, a depender do peso da mão da autoridade monetária norte-americana, uma recessão econômica indesejada pode ser gerada. E dependendo dos próximos dados o aumento pode ser de 0,5%.
Na Europa, o BCE elevou sua taxa de depósito novamente nesta quinta-feira e disse que espera aumentá-la "mais", porém alertou que um progresso "substancial" já foi feito em sua tentativa de combater um avanço histórico na inflação. O banco central europeu também retirou uma referência ao incremento dos juros "ao longo das próximas várias reuniões" que estava em sua declaração de setembro. Pode ser que isso signifique que a série de altas de juros iniciada em julho está chegando ao fim. A presidente do banco central, Christine Lagarde, disse que poderia levar várias reuniões antes de os juros chegarem ao pico. Vamos acompanhar.
Ontem, devido a ajuste de posições, o dólar fechou cotado a R$ 5,3026 para venda. O candidato Lula fez acenos de comprometimento fiscal, o que também acalmou o mercado.
Para hoje, sairá aqui no Brasil IGP-M mensal de outubro e nos EUA o PCE (índice de preços), de despesas de consumo pessoal e vendas pendentes de moradias.
Bons negócios a todos, muito lucro e um voto consciente no domingo!