Duas decisões de juros de suma importância, uma mais fácil e outra mais complexa.
No Brasil, o sinal de franco afrouxamento monetário por parte do COPOM foi reemitido com “ajuste adicional”, respondendo aos anseios do mercado de juros futuros e de parte dos analistas e economistas.
O ponto na verdade que causou maior estranheza no comunicado foi nas projeções que embasaram a decisão de cortar e dar continuidade ao corte de juros.
A perspectiva para o câmbio no final do ano parece ignorar o choque da depreciação cambial ocorrida em agosto, com a redução do apetite pelo prêmio de risco por emergentes.
A redução do prêmio vem exatamente em partes pelo ciclo de afrouxamento monetário, abrindo espaço para a deterioração em médio prazo de indicadores de setor externo e inflação, caso persista a depreciação cambial causada pelo menor apetite pelo Brasil.
A resposta novamente deve ser desvalorização do Real frente ao dólar.
Obviamente não se advogam por juros mais altos, principalmente em vista aos níveis de atividade econômica em que o Brasil se encontra, porém persistem as dúvidas quanto aos efeitos estimulativos da atual taxa, ainda que exista a defasagem da decisão e seus efeitos na economia real.
Menor taxa nominal e real da história combinadas, num contexto global de juros baixos.
O tempo dirá se expor o país desta maneira compensará a perspectivas ainda a se confirmarem de melhora da atividade econômica.
Nos EUA a situação novamente não foi tão fácil para o Fed. Powell continua tendo dificuldade em defender um corte de juros, num contexto de indicadores econômicos tão robustos e um buraco fiscal crescente de maneira acelerada.
Sequer a decisão foi unanime.
As operações do Fed-NY anteontem e ontem escancaram a draga fiscal que os EUA se tornaram de modo a financiar tal crescimento robusto, com custo elevado.
Ao Fed, resta administrar tal contexto, onde o ideal seria uma postura de redução do déficit e fim das batalhas de shutdowns a cada trimestre.
Como um equilibrista de pratos, Powell deve administrar uma situação fiscal deteriorada que draga liquidez, com uma atividade econômica robusta, desemprego em queda e sem inflação.
Parece um paraíso, mas se ainda emitisse um sinal dove como gostaria Trump, só alimentaria a dúvida quanto ao futuro dos EUA.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em queda, na reação ao sinal menos dovish do FOMC.
Na Ásia, o fechamento foi positivo, com o Banco do Japão não alterando os juros.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, quedas, destaques ao ouro e ferro.
O petróleo abre em alta, com o pedido saudita de petróleo iraquiano.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 2,58%
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 4,1105 / 0,82 %
Euro / Dólar : US$ 1,11 / 0,317%
Dólar / Yen : ¥ 107,93 / 0,407%
Libra / Dólar : US$ 1,25 / 0,064%
Dólar Fut. (1 m) : 4102,94 / 0,48 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 20: 5,07 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 21: 5,22 % aa (0,19%)
DI - Janeiro 23: 6,27 % aa (0,00%)
DI - Janeiro 25: 6,83 % aa (-0,15%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -0,0812% / 104.532 pontos
Dow Jones: 0,1338% / 27.147 pontos
Nasdaq: -0,1054% / 8.177 pontos
Nikkei: 0,38% / 22.044 pontos
Hang Seng: -1,07% / 26.469 pontos
ASX 200: 0,54% / 6.717 pontos
ABERTURA
DAX: 0,155% / 12408,77 pontos
CAC 40: 0,376% / 5641,76 pontos
FTSE: 0,619% / 7359,33 pontos
Ibov. Fut.: -0,11% / 104831,00 pontos
S&P Fut.: 0,030% / 3006,30 pontos
Nasdaq Fut.: -0,371% / 7866,00 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,25% / 79,71 ptos
Petróleo WTI: 1,31% / $59,22
Petróleo Brent:1,27% / $65,37
Ouro: 0,20% / $1.496,88
Minério de Ferro: -0,06% / $93,97
Soja: -0,52% / $15,30
Milho: -0,20% / $370,75
Café: -0,85% / $99,85
Açúcar: 0,73% / $11,08