O ano novo começou com tudo na China e no Brasil, que recuperam o protagonismo nos mercados, que deixam de viver só das apostas sobre o rumo dos juros nos Estados Unidos. Com a passagem do carnaval, a cena política volta a influenciar os negócios locais, em meio às discussões entre governo e Congresso para entregar um déficit zero em 2024.
Do outro lado do mundo, a chegada do dragão de madeira mostra que cuspir fogo não é a solução. O Banco Central chinês (PBoC) surpreendeu ao reduzir a taxa de juros de referência do setor imobiliário, referente aos empréstimos de cinco anos, em 0,25 ponto porcentual (pp), a 3,95%. A previsão era de corte menor, de 0,15 pp.
Foi a primeira redução da taxa desde meados de 2023 e a maior desde a criação da mesma, em 2019, mostrando os esforços do governo chinês para reverter a crise no setor, que eclodiu com a Evergrande (OTC:EGRNY), quase três anos atrás. Já a taxa de empréstimo de um ano seguiu em 3,45%, como esperado. Ambas estão nos mínimos históricos.
Mercado hoje
Em reação, a Bolsa de Xangai voltou a fechar em alta. Porém, a sessão na Ásia foi de ganhos moderados. Já o minério de ferro derreteu mais de 3% no mercado futuro em Dalian, com a cotação do contrato futuro mais líquido vindo abaixo de US$ 130. O petróleo também recua nesta manhã no mercado internacional.
No Ocidente, os futuros dos índices das bolsas de Nova York voltam do fim de semana prolongado no vermelho, em meio à agenda econômica mais fraca do dia, que traz apenas os indicadores antecedentes de janeiro (12h), e à espera da ata da reunião de janeiro do Federal Reserve, amanhã (21).
O calendário doméstico também está esvaziado nesta terça-feira (20). Com isso, o Ibovespa deve seguir sob a influência do cenário externo, porém, colocando Brasília novamente no radar. Os investidores ajustam a exposição nos ativos a depender do risco fiscal, com o dólar e os juros futuros tentando descobrir o caminho da taxa Selic.