O IPPA/Cepea (Índice de Preços ao Produtor de Grupos de Produtos Agropecuários) acumulou alta nominal de 10,1% em 2022, de acordo com pesquisas do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP. Diante disso, os preços agropecuários tiverem leve recuo frente aos industriais em 2022, já que, no mesmo período, o IPA-OG-DI de produtos industriais, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), aumentou 10,7%.
Segundo pesquisadores do Cepea, o incremento dos preços domésticos esteve alinhado ao cenário internacional. Entre 2021 e 2022, os preços internacionais de alimentos (FAO Food Index) subiram 14,3%. Já a taxa de câmbio nominal recuou 4,3%, amenizando em certa medida a transmissão da alta internacional para o mercado interno.
Ressalta-se que, a partir deste presente relatório, o IPPA/Cepea passa a ser analisado pela Equipe do Cepea em termos de suas variações nominais – até setembro de 2022, discutiam-se as variações reais frente ao IPA-OG-DI. No site do Cepea, ambos, o índice nominal e o real, são disponiveis para download.
Pesquisadores do Cepea destacam que todos os grupos que compõem o IPPA/Cepea subiram em 2022 frente ao ano anterior, mas o destaque foi para o Índice composto por produtos hortifrutícolas.
Assim, de 2021 para 2022, o IPPA-Hortifrutícolas/Cepea teve expressiva alta nominal de 36,7%, reflexo das valorizações observadas para a batata (51,3%), o tomate (23,2%), a banana (51,5%), a laranja (8,9%) e a uva (27,7%). Na sequência, esteve o IPPA-Cana e Café/Cepea, que registrou avanço nominal de 20,7%, reflexo do comportamento dos preços da cana (18,8%) e do café (31,2%).
Também de 2021 para 2022, o IPPA-Pecuária/Cepea teve elevação nominal de 8%, refletindo os resultados da arroba bovina (4,0%), do frango (8,7%), do leite (23,7%) e dos ovos (19,2%). Por fim, o IPPA-Grãos/Cepea apresentou alta nominal de apenas 7,1%, influenciado pelos avanços observados para o algodão (23,5%), soja (11,3%) e trigo (20,1%).
Especificamente no último trimestre de 2022 (de outubro a dezembro/22), o IPPA/Cepea recuou 3,8% frente ao trimestre anterior (de julho a setembro/22), também em termos nominais.