Nesta quinta-feira (25) de céu nublado e temperatura amena em São Paulo, o clima é misto nos mercados tal qual o da estação que marca as chuvas de verão. Pelo segundo ano consecutivo, a B3 estará aberta no dia em que a cidade fundada em 1554 celebra seu aniversário - desta vez, de 470 anos.
A expectativa é de que parques e museus estejam lotados. Mas se a previsão do tempo se confirmar, quem adotou a cidade como lar deve ir ao shopping ou maratonar na Netflix (NASDAQ:NFLX). Já as ruas devem ficar vazias e sem trânsito - inclusive a Faria Lima. Embora a bolsa brasileira funcione normalmente hoje, o dia é de folga para muitos, a começar pelos bancos.
Daí porque é melhor seguir o conselho de Gordon Gekko, o famoso personagem interpretado por Michael Douglas em 1987 e em 2010 no filme sobre Wall Street: “Não se emocione com as ações”. Afinal, a volatilidade deve reinar nesta sessão e a principal razão para o vaivém é técnica, mas liderada pelo cenário global.
Com a agenda doméstica esvaziada e as novidades fiscais transferidas para fevereiro, é o exterior quem dita o rumo dos mercados hoje. Por ora, o sinal positivo prevalece nos índices futuros das bolsas de Nova York, após mais uma sessão positiva na Ásia. O petróleo e o minério de ferro também avançam, enquanto dólar, Treasuries e o ouro estão de lado.
Mercados sem razão
Aos poucos, os investidores estão ajustando as apostas para o ciclo de cortes nos juros dos Estados Unidos. A manutenção da taxa no intervalo atual pelo Federal Reserve (Federal Reserve) em março já é majoritária, com pouco mais de 50% de chance. O início da queda foi adiado em apenas uma reunião, agora devendo começar em maio.
Os dados do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA , que serão conhecidos hoje (10h30), devem continuar calibrando essas expectativas. A previsão é de que a economia americana cresceu a uma taxa anualizada de 2% no último trimestre de 2023, menos da metade do observado no período anterior (+4,9%) e no ritmo mais lento em seis trimestres.
No acumulado do ano passado, o PIB dos EUA deve ter expansão de 2,5%. Se confirmados, os números devem mostrar que a campanha de aperto do Fed atingiu a atividade econômica, mas de forma menos severa do que o esperado, à medida que o mercado de trabalho continua apoiando os gastos com consumo.
Daí porque pode ser cedo para o Fed começar a afrouxar o custo do empréstimo, com a inflação ainda longe da zona de conforto ao redor de 2%. Já o Banco Central Europeu (BCE) enfrenta um problema diferente e deve ser obrigado a manter os juros em níveis recordes de alta, apesar do receio com uma recessão iminente.
O anúncio da decisão sai às 10h15. Enquanto aguardam, as bolsas da região estão no vermelho, à espera de pistas durante a entrevista coletiva da presidente do BCE, Christine Lagarde, sobre o momento em que começam os cortes na zona do euro, em meio aos sinais de acúmulo de pressão inflacionária e às incertezas geopolíticas.