Não é Hora de Fugir da Bolsa de Valores

Publicado 08.01.2022, 13:10
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Eleições, novas cepas do coronavírus, inflação e Selic em alta. Os primeiros dias do Ibovespa foram de queda e já dão o tom de 2022 que deve ser marcado por elevada volatilidade. O cenário é pessimista. Os problemas são conhecidos e, de certa forma, estão sendo antecipados pelo mercado, como se a corrida eleitoral já estivesse acontecendo agora e não em outubro. Olhando para a conjuntura atual, pode-se chegar a uma conclusão: é hora de fugir da bolsa e correr para a renda fixa. Certo? Errado!

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A afirmação está equivocada por vários motivos. O primeiro é simples de se observar. Mesmo em alta, a remuneração da renda fixa está aquém do que se pode obter de ganhos. A Selic atualmente se encontra em 9,25% e este patamar é, na verdade, mais uma correção de efeito de inflação do que rentabilidade, pois o ganho real, de fato, nestas taxas atuais praticamente inexiste. O investidor que busca segurança por conta de uma taxa de juros mais alta está apenas protegendo o seu capital de uma deterioração da inflação.

Um segundo ponto é que diversificar deve fazer parte do mantra de qualquer investidor. É importante olhar para a renda variável com bons olhos, porque, de repente, é essa parte da carteira que vai trazer bons resultados no médio/longo prazos. Esta lição ficou clara nos últimos anos, quando os brasileiros, ao se depararem com a vertiginosa queda dos juros, foram obrigados a olhar cada vez mais para outras opções do mercado. Manter uma carteira de longo prazo significa olhar para setores consolidados, como os grandes bancos e o segmento de siderurgia.

Mas, independente do cenário que se traça, é preciso ter em mente que o encantamento do mercado de ações consiste na possibilidade de adaptar a estratégia para lucrar em qualquer conjuntura. Na verdade, a volatilidade é o melhor dos mundos para quem opera no curto prazo, seja com day trade ou swing trade. Em uma conjuntura de pessimismo, como a atual, é possível operar vendido. Quando a tendência é de baixa e dá para surfar uma onda vendendo alguns papéis. Claro, essa estratégia exibe riscos muito maiores e, portanto, requer cuidado e conhecimento do investidor.

Ao mesmo tempo, a volatilidade traz como benefício a possibilidade de ganhos de curto prazo, com operações como a de compra das ações de empresas com liquidez em momentos de forte perda do mercado, como ocorreu com a Petrobras no dia 05 de janeiro. As ações preferenciais da companhia (SA:PETR4) despencaram 3,87% nesse dia e logo na manhã seguinte abriram em alta. Em meio ao pânico do mercado, o profissional deve ter o sangue frio de se posicionar, o que pode ser feito operando vendido em meio a queda e zerando a posição no fim do dia. Outra forma é comprar as ações no vale e vender na recuperação, que ocorre no dia seguinte, ou dias depois.

Ficar fora da renda variável é perder oportunidade de ganhos no curto ou longo prazo. Os sobressaltos da bolsa em uma conjuntura negativa que provoca essa volatilidade podem assustar e, para evitar desgastes ou perdas é preciso saber lidar com os riscos. Neste sentido, estudar o mercado para aprender novas estratégias, acompanhar as notícias e estar atento aos movimentos da bolsa, são passos importantes para garantir a proteção da carteira, manter a diversificação e não ser pego de surpresa com as quedas fortes do mercado.

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