As perspectivas para a inflação global pioraram muito com a invasão russa à Ucrânia. Nas últimas três semanas, os preços do petróleo, gás natural, carvão e alumínio bateram máximas recordes. Commodities agrícolas como grãos e algodão também mostraram altas importantes. A alta nos preços das commodities e a pressão sobre a inflação corrente estão se mostrando mais persistentes e disseminadas. Nesse sentido, será mais difícil controlar o cenário inflacionário atual. Talvez o pior ainda não tenha passado.
Pedimos cautela para apostar nos títulos prefixados ou IPCA+ de longo prazo (acima de quatro anos). Lembrando que não gosto dos títulos de médio prazo (dois a quatro anos) porque, quando as taxas de juros sobem, esses títulos dão prejuízo de marcação a mercado.
Entendemos ainda que o FED, o banco central americano, não vai conseguir controlar o aumento de preços nos Estados Unidos com uma taxa de juros indo para +2 por cento, visto que a inflação no país já está em +7,5 por cento e vai continuar pressionada pelo forte aumento nos preços de algumas commodities.
Por esse motivo, reforçamos que trata-se de um momento delicado para o Brasil e para o mundo. É hora de sermos conservadores e de não correr riscos desnecessários.
Estamos cientes da atratividade das taxas de juros nas alturas, mas fiquem tranquilos. Com a Selic indo para +12,5 por cento (ou mais), vamos obter ganhos de aproximadamente +1 por cento ao mês nos títulos pós-fixados.
Mais uma vez, cuidado com os títulos prefixados e indexados à inflação de longo prazo. Em relação à inflação, o cenário está piorando.