Os quinze pontos na derrota de Macri das primárias é um sinal preocupante e importante para o fluxo de capital estrangeiro em um cenário de retomada gradual deste ciclo na América Latina.
Macri assumiu no passado recente com a promessa de debelar a inflação e adotar medidas liberalizantes na economia, tentando reverter os anos de desastre Kischnerista no país.
O problema foi que “faltou combinar com os russos”, ou seja, com o congresso argentino, onde Macri sofreu sucessivas derrotas e pouco implantou do seu dito “plano liberal”, tendo feito poucas privatizações como Arsat, que não foram suficientes para reverter o caos fiscal do país.
A Argentina tem uma série de estatais, como a Aerolineas Argentinas, estatizada em 2008 e até mesmo o futebol tem o dedo do estado, com os clubes sendo “asociaciones profesionales” e não são exatamente empresas privadas.
Neste período, a dificuldade de Macri implantar a série de medidas necessárias trouxe até a dúvida se ele era realmente um liberal ou se havia se rendido ao clientelismo típico de nosso país vizinho.
Ainda assim, o pouco que estava em andamento na agenda era considerado positivo por alguns investidores e o fluxo de capital era relativamente positivo.
Neste primeiro momento, o Brasil está longe de uma comparação by proxy com a Argentina, principalmente se notarmos, com as devidas ressalvas, o caráter reformista deste congresso, tanto o renovado, quanto o que veio com tal ímpeto do mandato anterior.
Mesmo assim, dada a sensibilidade do contexto internacional com a guerra comercial e com os movimentos de preventivos de política monetária, além da falta de tração na economia global, esta derrota de difícil reversão para Macri é mais um elemento negativo para a região.
Neste momento, o mundo continua pressionado pela preocupação de que a disputa comercial entre Washington e Pequim possa levar o mundo e a economia dos EUA à recessão.
Hoje, novamente, o Banco do Povo da China (PBOC) estabeleceu seu ponto médio diário para o comércio do yuan em 7,0211 por dólar, mais fraco que no fim da semana passada.
A semana tem foco numa agenda repleta de inflações no exterior e localmente, balanços corporativos, inflações e atividade econômica, além da atenção aos desenvolvimentos da guerra comercial entre EUA e China e dos protestos crescentes em Hong Kong.
Na agenda corporativa, destacam-se Magazine Luiza, Rumo, Cosan, Banco Inter, Eletrobrás, Itaúsa, Estácio e Hermes Pardini.
No exterior, Cisco.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em queda, com a intervenção chinesa no câmbio.
Na Ásia, o fechamento foi positivo, com expectativa pela guerra comercial.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, exceção ao cobre e min. de ferro.
O petróleo abre em queda, com temores pelo crescimento global.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 11,13%
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 3,9425 / 0,60 %
Euro / Dólar : US$ 1,12 / -0,054%
Dólar / Yen : ¥ 105,18 / -0,483%
Libra / Dólar : US$ 1,21 / 0,374%
Dólar Fut. (1 m) : 3950,29 / 0,43 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Julho 20: 5,30 % aa (-0,12%)
DI - Janeiro 21: 5,39 % aa (-0,19%)
DI - Janeiro 23: 6,35 % aa (0,16%)
DI - Janeiro 25: 6,85 % aa (0,29%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -0,11% / 103.996 pontos
Dow Jones: -0,34% / 26.287 pontos
Nasdaq: -1,00% / 7.959 pontos
Nikkei: 0,44% / 20.685 pontos
Hang Seng: -0,44% / 25.825 pontos
ASX 200: 0,09% / 6.590 pontos
ABERTURA
DAX: -0,142% / 11677,15 pontos
CAC 40: -0,381% / 5307,64 pontos
FTSE: -0,255% / 7235,36 pontos
Ibov. Fut.: -0,33% / 103961,00 pontos
S&P Fut.: -0,541% / 2903,90 pontos
Nasdaq Fut.: -0,813% / 7598,00 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,37% / 77,08 ptos
Petróleo WTI: -1,65% / $53,60
Petróleo Brent:-0,82% / $58,05
Ouro: 0,52% / $1.504,69
Minério de Ferro: -3,86% / $93,61
Soja: 0,79% / $15,34
Milho: -0,73% / $407,25
Café: -0,51% / $96,80
Açúcar: -0,17% / $11,85