Os últimos dias foram agitados no varejo de moda brasileiro.
Primeiro, a Hering (SA:HGTX3) recebeu uma proposta de compra da Arezzo (SA:ARZZ3) – uma oferta de R$ 3,3 bilhões, que foi recusada.
Quando o mercado ainda esperava uma nova tentativa, o Grupo Soma (SA:SOMA3), dono das marcas Farm e Animale, deu uma bela atravessada. Fechou rapidamente a compra da Hering por R$ 5,1 bilhões.
Nesse negócio, não podemos nos esquecer da "perdedora". A Arezzo possui recursos em mãos e - agora mais do nunca - deve estar procurando uma nova oportunidade de compra.
A Lojas Renner (SA:LREN3) também não ficou parada. A companhia realizou uma oferta restrita de ações (follow-on) na última sexta-feira, levantando R$ 3,9 bilhões. O objetivo é investir no fortalecimento dos seus canais digitais e na expansão orgânica e/ou inorgânica.
Lê-se aqui que há alguma aquisição em vista. Desde que a empresa anunciou que faria esse lançamento de ações, estão acaloradas as discussões sobre quais seriam os potenciais alvos: Marisa (SA:AMAR3), Riachuelo (SA:GUAR3), C&A (SA:CEAB3) e Dafiti. Todo mundo quer saber.
De acordo com informações do Estadão, a Renner estaria mirando mesmo a plataforma de e-commerce Dafiti, que é avaliada em cerca de R$ 10 bilhões. Não há nada fechado, então, vamos aguardar as cenas dos próximos capítulos.
Mas, afinal, qual a melhor pedida no mundo da moda?
Diante dessas recentes movimentações, aqui na Empiricus, consideramos que Renner é uma escolha interessante.
Isso porque a companhia se preparou durante a fase mais crítica da pandemia para ter uma retomada vigorosa:
• cuidou da saúde financeira, com controle rigoroso das despesas operacionais;
• aprimorou seu e-commerce – está surfando no crescimento estrutural desse segmento no país;
• fortaleceu a estrutura omnichannel, que integra e melhora a experiência dos consumidores nas lojas físicas e canais digitais.
Vale ressaltar que, ainda no último trimestre de 2020, as vendas online da Renner deram um salto de +123%, na comparação ano a ano.
Ao longo do tempo, a empresa tem demonstrado consistência nas suas estratégias e resiliência no enfrentamento das adversidades conjunturais, conforme você pode ver nos gráficos:
Apesar de uma queda na receita em 2020 devido às restrições de circulação de pessoas na pandemia, a Lojas Renner apresentou um sensível aumento no seu lucro e um avanço considerável na sua margem.
De 2016 a 2020, a taxa anual de crescimento do lucro líquido é de 15,1%. Veja abaixo:
Essa captação de recursos na Bolsa e a recuperação gradual da economia - com a reabertura dos shopping centers, onde estão 91% das suas lojas – poderão turbinar ainda mais os resultados da companhia que tem bons pilares.
É por isso que o Max Bohm, sócio da Empiricus que está à frente da carteira As Melhores Ações da Bolsa, enxerga um valor justo de R$ 52 para LREN3. Isso significa um potencial de valorização de +30% em relação à cotação atual.