O movimento na China de incentivo ao seu mercado continua, ainda que a redução das taxas de curto e longo prazo tenham surpreendido os analistas em suas dimensões, dados os planos chineses para o setor industrial e de infraestrutura.
Semelhante ao que ocorreu após o subprime nos EUA, com a adoção do Quantitative Easing (QE), a China deflagou um movimento de achamento dos vértices mais longos da curva de juros, quando cortou em 5 bp a taxa prime de um ano, quando a expectativa era de redução de 10 bp e cortou a taxa de cinco anos em 15 bp, quando a expectativa era também de um corte de 10 bp.
Para as intenções chinesas, o movimento faz sentido, pois a rotação interna de setores, praticamente abandonando o investimento imobiliário, é tradicional e demonstra que a saturação já busca novos modais de investimento.
A busca pela eletrificação e o investimento “verde” faz parte do foco do governo, que demanda maciço investimento não somente governamental, como também privado, especialmente estrangeiro na infraestrutura deste novo cenário, em que as barreiras burocráticas caem em velocidade acelerada.
Ainda assim, após o problema do COVID e também da perda do fornecimento do valioso carvão australiano, a China enfrenta um problema de dimensões continentais de curtíssimo prazo, com o verão mais quente que as expectativas e as secas que atingem o setor hidrelétrico.
Este é um problema ainda a ser resolvido no mundo da eletrificação, pois a demanda energética tem se elevado acima da capacidade global de fornecer energia e os planos do famoso ESG não são compatíveis com a tecnologia vigente, em especial com a luta insana contra o uso da energia nuclear, considerada a mais eficiente até agora.
Agora, com esta série de problemas, com a questão do gás russo afetando a Europa e os temores de que a contração de preços nas economias desenvolvidas não acompanhe o ritmo observado nas economias emergentes, crescem os temores de ações mais duras dos Bancos Centrais mundo afora.
Com isso, a atenção ao simpósio de Jackson Hole de quinta-feira a sábado é grande e aos sinais emitidos pelo Fed quanto ao futuro dos juros nos EUA e temores renovados de recessão, alimentando uma realização de lucros generalizada nos ativos de mercado financeiro, de bolsas de valores a commodities.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é negativa e os futuros NY abrem em baixa, com a renovação de temores de elevações de juros na Europa e EUA.
Em Ásia-Pacífico, mercados negativos na sua maioria, mesmo após corte de juros pelo PBoC.
O dólar opera em alta contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam positivos até cinco anos.
Entre as commodities metálicas, quedas, exceção o minério de ferro.
O petróleo cai em Londres e em Nova York, com preocupações de que desaceleração econômica pode prejudicar demanda por combustível.
O índice VIX de volatilidade abre em alta de 12,62%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,1695 / 0,00 %
Euro / Dólar : US$ 1,00 / -0,289%
Dólar / Yen : ¥ 136,86 / -0,102%
Libra / Dólar : US$ 1,18 / -0,178%
Dólar Fut. (1 m) : 5204,06 / -0,09 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Junho 23: 13,74 % aa (0,67%)
DI - Janeiro 24: 13,16 % aa (1,11%)
DI - Janeiro 26: 11,90 % aa (1,19%)
DI - Janeiro 27: 11,83 % aa (1,02%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -2,0355% / 111.496 pontos
Dow Jones: -0,8597% / 33.707 pontos
Nasdaq: -2,0063% / 12.705 pontos
Nikkei: -0,47% / 28.795 pontos
Hang Seng: -0,59% / 19.657 pontos
ASX 200: -0,95% / 7.047 pontos
ABERTURA
DAX: -1,696% / 13314,86 pontos
CAC 40: -1,492% / 6398,94 pontos
FTSE: -0,458% / 7515,80 pontos
Ibov. Fut.: -2,23% / 113340,00 pontos
S&P Fut.: -1,16% / 4182,5 pontos
Nasdaq Fut.: -1,513% / 13074,00 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,19% / 122,55 ptos
Petróleo WTI: -0,85% / $90,00
Petróleo Brent: -0,58% / $96,16
Ouro: -0,66% / $1.736,65
Minério de Ferro: 0,78% / $101,75
Soja: 0,18% / $1.491,50
Milho: -0,28% / $624,25
Café: -0,14% / $215,65
Açúcar: -0,39% / $18,01