A criação de postos de trabalho ontem medida pelo CAGED, chegando a 278.639 vagas com carteira assinada, acima das projeções do mercado e da mediana de 267.000 (Infinity: 278.154) é um sinal importante para a economia brasileira e especialmente, para o COPOM.
Com foco na recuperação do setor de serviços, o CAGED mostrou tanto a resiliência da economia brasileira, como a percepção de que ainda existe ímpeto no crescimento da atividade econômica pós-reabertura.
A inflação, que poderia trazer preocupação pelo lado da demanda com tal crescimento positivo, consegue se equilibrar na série de descompressões de preços como alimentos, habitação e transportes e tal balanço pode permanecer aparentemente pelo período citado pelo COPOM no relatório de inflação.
Preservando os juros até no mínimo junho de 2023, o comitê pode avaliar os efeitos defasados da política fortemente contracionista na economia, os quais claramente ainda não ocorreram, como pode aguardar o impacto das medidas recessivas nas economias desenvolvidas, em meio às fortes altas de juros no mundo.
Obviamente, uma inflação ancorada e possibilidade de crescimento econômico fraco são o gatilho de reversão do ciclo de aperto e considerando o calendário do COPOM e da efetividade das decisões de juros na economia, isso poderá ocorrer em agosto de 2023 e isso se refletiu nas curvas de juros ontem.
O atual cenário agora conta tanto com a percepção de aperto monetário no exterior e movimentos na tentativa de dirimir os impactos recessivos de tais apertos, algo nada fácil de se administrar pelos formuladores de política monetária.
No exterior, os mercados continuam sob e égide de forte volatilidade nos ativos, dificultando cada vez mais o descolamento do mercado local, este marcado pelo pleito majoritário no primeiro turno neste domingo.
Sem sinalizar um plano de governo ou uma equipe econômica, o candidato líder nas pesquisas incrementa a volatilidade do mercado local, a espera de um sinal de moderação na economia e de nomes que satisfaçam ao mercado.
No caso de vitória do atual incumbente, os investidores se voltam à capacidade de aglutinação de força no congresso para passar as prometidas reformas.
Na agenda hoje desemprego, setor público consolidado e no exterior, dados do PIB e PCE.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, após o forte movimento vendido observado na sessão anterior e inflação forte na Europa.
Em Ásia-Pacífico, mercados negativos, especialmente após uma série de PMIs na China decepcionando.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, destaque ao cobre e prata.
O petróleo sobe em Londres e em Nova York, pela possibilidade de corte de produção por parte da OPEP+ e o dólar mais fraco.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -2,10%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,4009 / 0,48 %
Euro / Dólar : US$ 0,98 / -0,194%
Dólar / Yen : ¥ 144,41 / -0,042%
Libra / Dólar : US$ 1,12 / 0,360%
Dólar Fut. (1 m) : 5398,50 / 1,06 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Junho 23: 13,62 % aa (0,17%)
DI - Janeiro 24: 12,87 % aa (-0,23%)
DI - Janeiro 26: 11,62 % aa (-0,30%)
DI - Janeiro 27: 11,68 % aa (-0,34%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -0,7255% / 107.664 pontos
Dow Jones: -1,5434% / 29.226 pontos
Nasdaq: -2,8424% / 10.738 pontos
Nikkei: -1,83% / 25.937 pontos
Hang Seng: 0,33% / 17.223 pontos
ASX 200: -1,23% / 6.474 pontos
ABERTURA
DAX: 0,844% / 12076,61 pontos
CAC 40: 0,816% / 5723,21 pontos
FTSE: 0,552% / 6919,58 pontos
Ibov. Fut.: -0,74% / 108100,00 pontos
S&P Fut.: 0,56% / 3674,75 pontos
Nasdaq Fut.: 0,557% / 11283,00 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: 0,35% / 112,96 ptos
Petróleo WTI: 0,50% / $81,64
Petróleo Brent: 0,84% / $89,23
Ouro: 0,50% / $1.668,94
Minério de Ferro: -0,13% / $95,35
Soja: 0,35% / $1.416,25
Milho: 0,56% / $674,25
Café: -0,24% / $225,25
Açúcar: 0,65% / $18,56