Começamos o artigo de hoje, terça-feira (19), com todas as atenções dos investidores voltadas para a decisão sobre a taxa de juros do Federal Reserve, que será anunciada nesta quarta-feira, a famosa Super-Quarta. Expectativas é que o Federal Open Market Committee (FOMC) mantenha em uma faixa de 5,25 a 5,50% após uma reunião de dois dias.
O foco estará nas indicações sobre os planos do Fed para o restante do ano e sua visão sobre a inflação nos EUA. Embora o Fed tenha expressado a chance de controlar a inflação sem provocar uma desaceleração econômica significativa, incertezas cercam a viabilidade de uma transição suave. As revisões das previsões feitas pelos integrantes do comitê contribuirão para direcionar as perspectivas em relação à direção da política monetária no futuro.
Mas você, caro leitor, sabe como a taxa de juros influencia o gráfico de dólar futuro? Se não, anote esses pontos:
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Taxa de Câmbio: As taxas de juros nos EUA afetam o valor do dólar americano em relação a outras moedas, incluindo o real brasileiro. Quando os juros nos EUA sobem, muitos investidores internacionais buscam investir em ativos denominados em dólar, como títulos do governo americano. Isso aumenta a demanda por dólares, levando a uma valorização do dólar em relação ao real. Portanto, uma alta nas taxas de juros dos EUA pode levar a uma apreciação do dólar em relação ao real.
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Fluxo de Capitais: Taxas de juros mais altas nos EUA podem atrair investidores estrangeiros em busca de melhores retornos em seus investimentos. Isso pode resultar em um influxo de capital estrangeiro para os mercados financeiros dos EUA e, potencialmente, uma saída de capital de mercados emergentes, como o Brasil. Um aumento na saída de capital do Brasil pode pressionar ainda mais o valor do real em relação ao dólar.
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Riscos e Sentimento do Mercado: As mudanças nas taxas de juros dos EUA também podem afetar o sentimento geral dos investidores. A percepção de maior estabilidade econômica nos EUA devido a taxas de juros mais altas pode levar os investidores a preferirem ativos em dólar em detrimento de ativos em reais.
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Commodities: O Brasil é um grande exportador de commodities, como soja, café, minério de ferro e petróleo. Uma apreciação do dólar pode afetar negativamente os preços das commodities, já que elas são geralmente cotadas em dólares. Isso pode impactar as empresas brasileiras que dependem das exportações de commodities, o que, por sua vez, pode influenciar o mercado de ações brasileiro e o mercado de dólar futuro.
Agora, voltando para o cenário brasileiro, nesta semana, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central está realizando uma reunião de dois dias para decidir sobre a taxa de juros brasileira. A expectativa é de um corte de 0,50 ponto percentual na Selic, reduzindo-a de 13,25% para 12,75%. Apesar desses cortes, a política monetária ainda permanecerá contracionista, mantendo-se acima da taxa de juros neutra estimada pelo Banco Central. Essa medida serve como âncora para conter a inflação, que está atualmente acima da meta estabelecida pelo CMN de 3,25%.
Existem incertezas quanto à possibilidade de o Copom acelerar os cortes de juros, devido a dados econômicos favoráveis e uma inflação em queda em alguns setores. Diferentes instituições financeiras têm expectativas variadas sobre o ritmo dos cortes na Selic, algumas sugerindo um possível corte maior em dezembro. O comunicado do Copom não deve trazer surpresas, mas pode indicar a possibilidade de novos cortes de juros nas próximas reuniões, incluindo a discussão sobre a aceleração do ritmo de corte em dezembro. Baseado nesse breve resumo, podemos definir a relação gráfica com a Selic da seguinte forma:
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Índice Futuro (Ibovespa Futuro): Geralmente, há uma relação inversa entre as taxas de juros e os preços das ações. Quando a SELIC é cortada, os investimentos em renda fixa tornam-se menos atrativos em relação aos investimentos em renda variável, como ações. Isso pode levar os investidores a migrar para o mercado de ações, o que pode impulsionar o índice futuro, como o Ibovespa Futuro. Portanto, cortes na SELIC tendem a ser vistos positivamente pelos investidores em ações, potencialmente impulsionando os preços dos contratos de índice futuro.
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Índice Dólar Futuros: A relação entre as taxas de juros e a moeda estrangeira, como o dólar, pode ser direta. Quando as taxas de juros caem, os investidores podem buscar retornos mais atrativos em outros mercados, incluindo mercados internacionais. Isso pode resultar em uma saída de capital do país, pressionando a moeda local (no caso do Brasil, o real) para baixo em relação ao dólar. Portanto, cortes na Selic podem contribuir para a desvalorização do real em relação ao dólar, afetando o gráfico de dólar futuro, com potencial valorização do contrato de dólar futuro.
É importante notar que essas relações podem ser afetadas por uma série de outros fatores, incluindo eventos econômicos globais, sentimento do mercado, condições de comércio internacional e políticas fiscais e monetárias. Além disso, a relação entre a Selic, o índice futuro e o dólar futuro podem não ser linear e pode variar ao longo do tempo. Portanto, os traders e investidores devem considerar uma análise abrangente e levar em conta todos os fatores relevantes ao tomar decisões nos mercados financeiros.
Agora, vamos partir para uma análise gráfica, como era esperado. Desde o atual topo de agosto na região dos 5.030,00 e máximas em setembro na região dos 5.014, o dólar entrou em declínio, buscando novos suportes relevantes. Ainda existem alvos para as movimentações de baixa, mas estamos em uma zona importante de suporte. Na imagem a seguir, você encontrará alguns pontos para ficar de olho.
Para os day traders que buscam oportunidades de entrada e saída das operações no dia, deixo alguns pontos relevantes no gráfico de 5 minutos. Lembre-se de utilizar a técnica e alinhar com o operacional.
E dessa vez finalizo com uma pergunta mais tranquila e tirando todo o viés do jovem trader: você é mais cauteloso e aguarda as notícias ou gosta da volatilidade e opera tudo? Obrigado e até a próxima.