Reforma da previdência é o foco do terror do mercado financeiro e a razão das perdas observadas nas bolsas de valores, aberturas nas curvas de juros e alta expressiva do dólar frente ao Real.
Carlos Lupi, o novo ministro da Previdência Social afirmou durante seu discurso que o governo precisa discutir a “antirreforma da Previdência”, em referência às mudanças realizadas em 2019, ou seja, quer revogar a reforma.
No literal segundo dia útil do atual governo, o fluxo de informações só nos faz crer que a situação fiscal não tem absolutamente nenhum motivo para ser projetada como melhor, especialmente com membros do governo já rapidamente tentando impor à gestão anterior os possíveis movimentos que realizarão.
Ao negar o déficit da previdência, Lupi traz à tona novamente o que jocosamente é chamado entre economistas de “economia freestyle”, onde hipóteses são jogadas aos ventos, sem números dados ou cálculos concretos para corroborar com elas.
Com pouca atenção, o ministro do trabalho, Luis Marinho também citou querer rever a reforma trabalhista e com isso, o novo governo aparentemente está mais focado em desmontar o legado positivo obtido nos últimos 6 anos, do que efetivamente trabalhar.
Cabe ao congresso, neste momento, ser o fiel da balança nesta tentativa de desmonte, afinal, todas estas reformas e propostas já foram submetidas e aprovadas nas duas casas legislativas e sua revogação se equivale a dizer que não somente o executivo, mas o legislativo também estava errado.
Na sessão de hoje, as atenções se voltam à ata da última reunião do FOMC, após um sinal mais hawkish do que os investidores esperavam em dezembro, especialmente na entrevista pós-decisão com Powell.
Há sinais de arrefecimento da inflação no curto prazo, especialmente na Europa, onde os dados alemães superaram as projeções de deflação ontem, assim como a inflação francesa e o mesmo acontece em parte da inflação nos EUA.
O problema continua a ser a força do mercado de trabalho, o que pode ser observado na serie de dados divulgados esta semana, com destaque ao JOLTS, ofertas de empregos e ao ISM de emprego.
Sem a devida reação da mão de obra às elevações de juros, o fim do aperto monetário tem ainda um fim incerto nos EUA.
ABERTURA DE MERCADOS
A abertura na Europa é positiva e os futuros NY abrem em alta, na expectativa pela ata da última reunião do FOMC.
Em Ásia-Pacífico, mercados positivos, na espera pela ata, com exceção do Nikkei, em em queda após mais um índice PMI de manufaturas negativo.
O dólar opera em queda contra a maioria das divisas centrais, enquanto os Treasuries operam negativos em todos os vencimentos.
Entre as commodities metálicas, altas, destaque ao ouro e exceto minério de ferro.
O petróleo cai em Londres e em Nova York, também na expectativa pela leitura da ata do FOMC.
O índice VIX de volatilidade abre em baixa de -0,04%.
CÂMBIO
Dólar à vista : R$ 5,4627 / 1,92 %
Euro / Dólar : US$ 1,06 / 0,607%
Dólar / Yen : ¥ 130,51 / -0,397%
Libra / Dólar : US$ 1,21 / 0,752%
Dólar Fut. (1 m) : 5478,72 / 1,64 %
JUROS FUTUROS (DI)
DI - Janeiro 24: 13,70 % aa (1,26%)
DI - Janeiro 25: 13,17 % aa (2,00%)
DI - Janeiro 26: 13,12 % aa (1,95%)
DI - Janeiro 27: 13,16 % aa (1,83%)
BOLSAS DE VALORES
FECHAMENTO
Ibovespa: -2,0778% / 104.166 pontos
Dow Jones: -0,0328% / 33.136 pontos
Nasdaq: -0,7596% / 10.387 pontos
Nikkei: -1,45% / 25.717 pontos
Hang Seng: 3,22% / 20.793 pontos
ASX 200: 1,63% / 7.059 pontos
ABERTURA
DAX: 1,213% / 14353,66 pontos
CAC 40: 1,296% / 6709,74 pontos
FTSE: 0,325% / 7578,60 pontos
Ibov. Fut.: -2,22% / 105296,00 pontos
S&P Fut.: 0,38% / 3860,75 pontos
Nasdaq Fut.: 0,539% / 11004,25 pontos
COMMODITIES
Índice Bloomberg: -0,26% / 110,03 ptos
Petróleo WTI: -1,96% / $75,42
Petróleo Brent: -2,02% / $80,44
Ouro: 1,20% / $1.861,51
Minério de Ferro: -0,98% / $115,00
Soja: 0,47% / $1.494,25
Milho: -0,15% / $669,50
Café: -0,03% / $166,25
Açúcar: -0,41% / $19,61