Estávamos apreensivos após Localiza (SA:RENT3) divulgar queda na margem em gestão de frotas (GTF) e maior depreciação em seminovos. Comentamos, neste espaço, em 24 de outubro.
Mas, Movida (SA:MOVI3) nos surpreendeu. Deu uma aula de crescimento com significativa evolução operacional e está entregando mais do que o mercado esperava.
Os números são impressionantes – e simples de entender. Movida (SA:MOVI3) compra mais carros (a frota aumentou +24 por cento), coloca os carros para serem alugados e rouba mercado das locadoras pequenas.
Esta dinâmica gerou receita crescendo +57 por cento, Ebitda +48 por cento e Lucros +52 por cento, desconsiderando a nova norma IFRS 16 (que aumenta o Ebitda).
A receita de RAC (aluguel de carros, +17 por cento) cresceu com uma maior frota operacional e com aumento da tarifa média. Enquanto em GTF (gestão de frotas, +36 por cento), o crescimento da frota veio acompanhado de um ticket médio menor.
Com 6 novas lojas, carros mais novos e um mix melhor (carros mais vendáveis), Seminovos (receita +93 por cento) cresceu tanto em volume de vendas, quanto em preço médio.
Vender carros não é como as locadoras ganham dinheiro, mas é de onde elas podem perder. Com frotas enormes (110 mil carros), comprar e vender é central para o negócio.
Colhendo os benefícios do crescimento, que dilui custos, todos os segmentos apresentaram evolução de margem Ebitda. No RAC foram +2,2 p.p., em GTF +4,6 p.p. e em Seminovos +5,5 p.p., que finalmente está próximo de deixar a ser a pedra no sapato de MOVI e atingir o ponto de equilíbrio.
Por fim, o gráfico mais importante da bolsa:
O ROIC de MOVI continua alto e estável, enquanto o custo do capital (dívida) continua caindo com o CDI.
Maravilhosa combinação para o acionista – grande criação de valor para o investidor.
Mesmo subindo +82 por cento em 2019, o resultado de MOVI cresce mais rapidamente do que as ações. MOVI ainda negocia a 10x Ebitda e 19x lucros.