No Brasil, a mortalidade empresarial é um fenômeno que preocupa especialistas, empreendedores e economistas. Dados indicam que cerca de 50% das empresas fecham suas portas até o quinto ano de operação, e esse percentual sobe para 70% até o décimo ano.
Esses números revelam a dificuldade de manter um negócio sustentável no país e podem ser um reflexo de problemas estruturais mais amplos na economia brasileira. Entre as principais causas desse índice alarmante, estão a falta de incentivo fiscal, a alta inflação e as elevações da taxa Selic.
A ausência de políticas fiscais consistentes para estimular pequenos e médios empreendedores reduz a competitividade e aumenta o peso dos encargos tributários. Muitos negócios acabam sufocados pela complexidade burocrática e pelos altos custos de conformidade com as exigências fiscais, levando ao fechamento prematuro.
A alta inflação, em quase 5% a.a este ano, é outro fator que impacta diretamente a sobrevivência das empresas. Com a elevação constante dos preços, os custos de produção aumentam, enquanto o poder de compra dos consumidores é reduzido. Esse cenário cria um desequilíbrio que dificulta a manutenção das margens de lucro, especialmente para micro e pequenas empresas que possuem menor capacidade de absorver choques econômicos.
A taxa Selic elevada, 12.25%a.a, por sua vez, torna o crédito mais caro, restringindo o acesso a financiamentos. Sem capital de giro ou recursos para investir em expansão, muitas empresas se veem obrigadas a operar em condições financeiras precárias. Além disso, os juros altos desestimulam o consumo, agravando ainda mais o cenário de retração econômica. Portanto, a alta mortalidade empresarial no Brasil não é apenas uma questão de gestão interna, mas também um reflexo das condições macroeconômicas e estruturais.
Políticas públicas mais eficazes, voltadas para a simplificação tributária, o controle da inflação e a redução das taxas de juros, são essenciais para reverter esse quadro e promover um ambiente mais favorável ao empreendedorismo no país.
No vídeo, explico como esses acontecimentos estão interligados e quais são os possíveis impactos para o mercado financeiro e a economia brasileira. Entenda porque a desconfiança dos investidores está em alta e o que você deve observar nos próximos dias.